Do isolamento à eleição americana: as controvérsias de Demétrio Magnoli
Os comentaristas Sandra Coutinho e Demétrio Magnoli se desentenderam ao vivo, na sexta-feira (1º), durante o programa Em Pauta (GloboNews). Eles falavam sobre a eleição presidencial dos Estados Unidos.
Sandra argumentou que muitos norte-americanos não votariam em Kamala "principalmente pelo fato de ela ser mulher". Magnoli insistiu na posição, citando Hillary Clinton como exemplo de que o gênero não seria um obstáculo insuperável na política americana.
De cotas raciais a isolamento: as polêmicas do comentarista
Ele foi criticado por Guga Chacra, ao vivo, durante o Em Pauta. A discussão aconteceu em julho, enquanto eles comentavam sobre a vitória da extrema direita no primeiro turno da eleição legislativa na França.
Em determinado momento, Guga perde a paciência e sugere que o colega estaria rejeitando o rótulo de extrema direita a Marine Le Pen — líder do partido Reunião Nacional. Demétrio rebate dizendo que a tentativa de colocar um rótulo seria "indignação moral".
Apresentador Marcelo Cosme e o comentarista Demétrio Magnoli tiveram uma discussão ao vivo. Magnoli comentou sobre a coivara, técnica agrícola utilizada em comunidades tradicionais na Bolívia, mas foi interrompido durante o "Em Pauta".
"Eu queria que você respondesse o que você queria falar naquela hora, que eu pedi para ouvir o Ariel antes", disse Cosme. O comentarista rebateu: "É disso que eu estou falando. Não posso?". O jornalista tentou explicar: "É que o Ariel falou sobre outro assunto, sobre a Bolívia, e você levantou o dedo. Eu pensei que você queria respondê-lo". Magnoli retrucou: "É, exatamente".
Oposição às cotas raciais. Ele escreveu "Uma Gota de Sangue", livro lançado em 2009, no qual a tese central é de que "ações afirmativas e o movimento negro resultam de uma armação ideológica" (o multiculturalismo), que "conspira contra o princípio da igualdade perante a lei".
Magnoli já foi alvo de fake news sobre demissão ao vivo na GloboNews. Os boatos, de setembro deste ano, circularam depois que ele criticou a possível indicação de Flavio Dino ao STF. Nas redes sociais, circulava o vídeo do momento e um texto apontando seu desligamento do canal, negado pela Globo.
Críticas a protestos de estudantes na USP, onde estudou. Em 2021, fez críticas aos estudantes da USP que reagiram violentamente contra intervenções da Polícia Militar de São Paulo no campus. Magnoli também contestou a escolha de reitor da faculdade pelo voto direto.
Sociólogo foi contra isolamento social na pandemia. Em fevereiro de 2020, Magnoli escreveu em artigo na Folha de S.Paulo afirmando que o isolamento social da província de Hubei, na China, era um ato de xenofobia ineficaz. Ele disse a atitude era apoiada pela OMS por interesses políticos e que o isolamento "representava ameaça maior que o agente biológico da doença".
Magnoli protagonizou uma discussão com os colegas Guga Chacra e Mauro Paulino, da GloboNews, ao defender o presidente da Argentina, Javier Milei, em dezembro de 2023. Ele falava das restrições do político às manifestações no país vizinho, afirmando que elas não proíbem a liberdade de expressão e sim proíbem os "piquetes", que, segundo ele, já não são permitidos em "democracias avançadas".
A fala desagradou os outros comentaristas do canal, que deixaram claro que nunca mencionaram "proibição" mas que, sim, Milei restringe liberdades. À época, a apresentadora do "Em Pauta", Leilane Neubarth, tentou amenizar o atrito entre os colegas. "O que achei muito interessante e vou dizer para vocês: veja como isso mexeu com a gente aqui, com os nossos comentaristas. Imagina como isso está mexendo com a Argentina."