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Gérard Depardieu deve ser julgado por supostas agressões sexuais

28/10/2024 12h47

Por Juliette Jabkhiro

PARIS (Reuters) - O ator francês Gérard Depardieu deve ser julgado nesta segunda-feira pela suposta agressão sexual de duas mulheres em um set de filmagem em 2021, embora seus advogados tenham dito que pediriam um adiamento devido a problemas de saúde.

Os promotores afirmam que as supostas agressões ocorreram durante as filmagens de "Les Volets Verts" (As Persianas Verdes).

Em uma declaração enviada por email à Reuters, o advogado de Depardieu, Jérémie Assous, disse que o ator apresentará testemunhas e provas que "demonstram que ele é alvo de falsas acusações".

Um dos maiores astros de cinema da França, Depardieu tem estado no centro de um número crescente de acusações de abuso sexual nos últimos anos que mancharam seu legado.

Depardieu, 75 anos, sempre negou qualquer irregularidade.

Seu julgamento marca o caso #MeToo de maior visibilidade a ser levado aos tribunais na França, um país onde o movimento de protesto contra a violência sexual contra as mulheres sofreu para ganhar força na indústria cinematográfica e expôs divisões mais amplas sobre conduta sexual.

Os promotores acusam Depardieu de apalpar uma das mulheres no set de filmagem, puxando-a em sua direção e prendendo-a com suas pernas antes de tocar sua cintura, quadris e seios enquanto dizia palavras obscenas. Três pessoas testemunharam a cena, segundo eles.

A segunda mulher foi apalpada por Depardieu no set de filmagem e na rua, alegam os promotores.

O advogado de Depardieu disse que ele não comparecerá à audiência desta segunda-feira por motivos de saúde, mas que quer se defender e que a equipe de defesa buscará um adiamento.

"Ele deseja estar presente, mas sua saúde o proíbe", disse Assous à Reuters.

Em resposta ao número crescente de alegações contra ele, Depardieu escreveu no ano passado no jornal conservador Le Figaro: "Nunca, jamais, abusei de uma mulher. Ferir uma mulher seria como dar um chute no estômago de minha própria mãe".

Se for considerado culpado, ele poderá enfrentar uma possível sentença de cinco anos de prisão e uma multa de 75.000 euros.

(Reportagem de Juliette Jabkhiro)

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