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Rei Charles reconhece passado "doloroso" da escravidão à medida que pedidos de reparação se intensificam

25/10/2024 10h02

Por James Redmayne e Alasdair Pal e Catarina Demony

APIA, Samoa (Reuters) - O rei Charles disse nesta sexta-feira que a comunidade Commonwealth deveria reconhecer sua história "dolorosa", enquanto as nações africanas e caribenhas pressionam por reparações pelo papel do Reino Unido na escravidão transatlântica.

Representantes de 56 países, a maioria com raízes no império britânico, estão participando da Reunião de Chefes de Governo da Commonwealth, que começou em Samoa na segunda-feira, com a escravidão e a ameaça da mudança climática como temas principais.

"Ao ouvir as pessoas de toda a Commonwealth, percebo que os aspectos mais dolorosos do nosso passado continuam a ressoar", disse Charles em um discurso na cúpula. "Portanto, é vital que entendamos nossa história para nos orientar a fazer as escolhas certas no futuro."

A exigência de que antigas potências coloniais, como o Reino Unido, paguem ou façam outras reparações pela escravidão e seus legados é antiga, mas ganhou força em todo o mundo, principalmente entre a Comunidade do Caribe (Caricom) e a União Africana.

Os oponentes das reparações dizem que os países não devem ser responsabilizados por erros históricos, enquanto os favoráveis afirmam que o legado da escravidão levou a uma desigualdade racial vasta e persistente.

O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, rejeitou os pedidos de reparação e descartou a possibilidade de se desculpar pelo papel histórico do país, mas disse que estava aberto a se envolver com líderes que quisessem discutir o assunto.

O jornal The Guardian, citando uma fonte do gabinete de Starmer, informou na noite de quinta-feira que o primeiro-ministro havia "aberto a porta para reparações não financeiras", como a reestruturação de instituições financeiras e o alívio da dívida.

"Não reconhecemos esses relatos", disse uma porta-voz de Starmer quando perguntada sobre reparações não financeiras.

(Reportagem de James Redmayne em Apia, Alasdair Pal em Sydney e Catarina Demony em Londres)

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