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"Exhibiting Forgiveness" conta história de esperança e cura

17/10/2024 12h08

Por Danielle Broadway

LOS ANGELES (Reuters) - O pintor contemporâneo norte-americano Titus Kaphar decidiu assumir a cadeira de diretor em seu filme "Exhibiting Forgiveness" para ajudar seus filhos adolescentes a entender as adversidades de sua criação.

"O que me levou a fazer esse filme foram realmente meus filhos", disse Kaphar à Reuters.

"Meus filhos estão em uma idade em que não posso continuar dizendo a eles: 'quando vocês ficarem um pouco mais velhos, contarei mais. Vou lhe contar mais'", acrescentou Kaphar.

"Meu filho mais velho tem 17 anos. Ele está indo para a faculdade. Meu segundo filho tem 15 anos, então eu queria encontrar uma maneira de conversar com eles sobre a realidade da minha experiência."

O drama, distribuído pela Roadside Attractions, é vagamente baseado na vida de Kaphar e chega aos cinemas nesta sexta-feira.

O filme acompanha um jovem casal, o pintor Tarrell e a cantora Aisha, interpretados por Andre Holland e Andra Day. O casal e seu filho pequeno viajam para ajudar a mãe de Tarrell, Joyce, interpretada por Aunjanue Ellis-Taylor, a se mudar de sua casa.

As coisas tomam um rumo inesperado quando o pai de Tarrell, um ex-viciado em drogas e abusivo, chamado La'Ron, interpretado por John Earl Jelks, retorna à vida de Tarrell pedindo perdão após ter dado um jeito na sua vida.

Tarrell usa a pintura para ajudá-lo a processar seus sentimentos complexos, e Aisha recorre à música para registrar as mudanças pelas quais a família está passando.

O principal componente para Kaphar foi combinar seu amor pela pintura com a história de esperança e cura que ele queria contar.

"Andre veio ao meu estúdio por três meses e eu o ensinei a pintar para que eu pudesse filmar a cena exatamente como eu queria, sem precisar esconder as mãos aqui ou o rosto aqui", disse Kaphar.

Holland pintava um pouco e, em seguida, Kaphar dizia "corta" e, então, entrava com seu macacão e consertava as pinturas de acordo com o que ele imaginava para o filme.

"Era um processo de pintura e direção que ia e voltava ao mesmo tempo, mas era divertido porque havia uma sinergia entre nós dois", acrescentou.

Para Holland, a exploração do filme sobre o trauma multigeracional na família negra é uma abordagem nova e refrescante que ele não viu em outros filmes.

"Já assisti a vários filmes que tratam de traumas geracionais, especialmente no que se refere a homens negros", disse Holland. "Mas sinto que esse filme tem uma abordagem única sobre a ideia porque não pressupõe que o perdão total seja a única opção."

"Acho que o que Titus está propondo aqui é que o perdão também pode trazer consigo limites, que é possível perdoar e também estar seguro", acrescentou.

(Reportagem de Danielle Broadway e Rollo Ross)

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