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'Homeopatia é a mãe das pseudociências, eu já usei muito', diz Mari Krüger

do UOL

De Universa, em São Paulo

15/10/2024 05h30

Com 1,2 milhão de seguidores no Instagram e 820 mil seguidores no TikTok, a influenciadora e divulgadora científica Mari Krüger é conhecida por gravar vídeos bem-humorados, nos quais desmente promessas enganosas que circulam nas redes sociais. Ela já explicou, por exemplo, que o leite não é inflamatório e que as famosas "gominhas de vitaminas" não fazem o cabelo crescer magicamente.

Em alguns "vespeiros", porém, ela afirma que prefere não se envolver — um deles é a homeopatia. A própria bióloga diz que já foi adepta dessa terapia alternativa que, embora seja reconhecida como especialidade médica pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), passou a ser mais debatida e criticada nos últimos anos.

"Homeopatia é a mãe de todas as pseudociências, aquela que todo mundo teve contato lá na infância em algum momento", afirmou Mari, em participação no videocast "Acessíveis", videocast de Titi Muller e Marimoon. "Já usei muita homeopatia e, de fato, é uma coisa que a gente não tem comprovação científica necessária".

Para a bióloga, apesar de a homeopatia ser aparentemente inofensiva, ela pode se tornar um problema nos casos em que a pessoa abandona um tratamento convencional e recorre unicamente à terapia alternativa: "Uma das minhas grandes tretas com os tratamentos pseudocientíficos e suplementos é justamente isso: é o quanto isso vai atrasar um diagnóstico e um tratamento correto".

Se você está com dificuldade de dormir, por exemplo, pode ser muita coisa: pode ser uma dificuldade respiratória, pode ser um refluxo, pode ser questão hormonal, psicológica, psiquiátrica...E daí, ao invés de buscar um diagnóstico e tratamento correto, você vai buscar um suplemento e isso vai atrasar um tratamento que podia ter sido mais eficaz se tivesse sido descoberto lá no início. Mari Krüger

A influenciadora, porém, nunca gravou nenhum vídeo sobre homeopatia. "Óleo essencial também não compro essa briga", acrescentou Mari, que também disse que "a psicanálise é um vespeiro que eu não mexo".

'Saí da igreja quando entrei na faculdade, não encaixava'

Mari contou que se afastou da religião ao ingressar no curso de Biologia. "Saí da igreja quando entrei na faculdade, não encaixava", disse ela. Embora se considere ateia, Mari admite que, em momentos de sofrimento de pessoas queridas, costuma "mentalizar" o bem.

Além disso, confessa já ter caído em um truque enganoso bastante comum: colocar sal debaixo da língua para fazer a pressão subir. O hábito começou quando ela era estudante de um colégio militar, onde "passar mal" era algo comum, devido aos exercícios que os estudantes tinham que fazer sob o sol quente.

"As pessoas desmaiavam muito, então todo mundo levava sachê de sal na farda para quando alguém passasse mal", contou a influencer.

[Colocar sal debaixo da língua] é uma coisa que eu fiz por muitos anos (...) E eu fui descobrir que não adianta só depois de começar a criar conteúdo para a internet. O sal debaixo da língua não é tão automático quanto a gente pensa, é mais um placebo. Mari Krüger

Otimismo com geração Z no TikTok: 'São mais questionadores'

Deixar a escova de dente no banheiro pode causar infecção? Fazer xixi em banheiro público faz mal? Tomar banho diariamente desgasta a proteção da pele? Choque térmico "entorta" a cara? Não faltam ideias de conteúdo para Mari gravar vídeos nas redes sociais: "Todo dia surge um novo absurdo".

Para a divulgadora científica, a maior parte das pessoas que caem em fake news sobre ciência são as mais velhas. A bióloga vê na geração Z um ceticismo que falta às gerações anteriores. "As nossas mães estão caindo nos golpes do 'zap'. Eu acho que vem uma geração que está questionando os jogos de azar, por exemplo", disse ela.

Eu sou uma otimista sobre redes sociais, acho que essa geração nova veio bem questionadora. E eu odeio falar 'o lado bom da pandemia', mas acho que houve um lado bom que foi: a ciência entrou na moda. Mari Krüger

No programa, a divulgadora científica também derrubou mitos populares sobre saúde — e alertou para o risco de ficar muito tempo no banheiro usando o smartphone.

Ela explicou que o hábito de usar o celular no banheiro pode levar a uma maior permanência no vaso sanitário, o que aumenta a pressão na região do ânus. A distração com o celular pode fazer com que a pessoa continue a fazer força para evacuar, mesmo quando não é necessário. "Isso ajuda a criar hemorroidas", disse.

'Acessíveis' no UOL

Toda terça, MariMoon e Titi Müller recebem convidados para um papo que vai de histórias de bastidores ao apocalipse climático, passando por tópicos como maternidade, redes sociais, relacionamento e cultura pop. Os episódios completos ficam disponíveis no Canal UOL e no Youtube de Universa. Assista ao episódio completo com Mari Krüger:

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