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Trio que usou computação e IA para decifrar proteínas leva Nobel de Química

Vencedores do Nobel de Química, David Baker, Demis Hassabis e John Jumper - JONATHAN NACKSTRAND/AFP
Vencedores do Nobel de Química, David Baker, Demis Hassabis e John Jumper Imagem: JONATHAN NACKSTRAND/AFP
do UOL

Do UOL, em São Paulo

09/10/2024 06h51Atualizada em 09/10/2024 07h54

O Prêmio Nobel de Química foi entregue ao trio David Baker, Demis Hassabis e John Jumper por pesquisas que decifraram os "segredos" da estrutura das proteínas.

O que aconteceu

As proteínas são macromoléculas que controlam e conduzem todas as reações químicas que são a base da vida, explicou a Assembleia Nobel. Elas formam nossos ossos, pele, cabelo e tecido, mas também funcionam como hormônios e anticorpos.

Em 2003, o norte-americano David Baker desenvolveu métodos computadorizados para criar proteínas que não existiam e que, em muitos casos, têm funções totalmente novas. Ele e seu grupo de pesquisa produziram várias proteínas, incluindo algumas que hoje são usadas para o desenvolvimento rápido de vacinas e criação de produtos farmacêuticos direcionados.

Em 2020, o inglês Demis Hassabis e o norte-americano John Jumper criaram um modelo de inteligência artificial que prevê a estrutura de praticamente todas as 200 milhões de proteínas conhecidas, um problema que químicos tentavam resolver há 50 anos. A descoberta permite que pesquisadores entendam, por exemplo, a resistência do corpo humano aos antibióticos e criem enzimas que podem decompor o plástico.

O fato de podermos agora visualizar tão facilmente a estrutura dessas pequenas máquinas moleculares é alucinante; nos permite entender melhor como a vida funciona, incluindo por que algumas doenças se desenvolvem, como ocorre a resistência aos antibióticos ou por que alguns micróbios podem decompor plástico.

A capacidade de criar proteínas que são carregadas com novas funções é igualmente espantosa. Isso pode levar a novos nanomateriais, produtos farmacêuticos direcionados, desenvolvimento mais rápido de vacinas, sensores mínimos e uma indústria química mais verde -para citar apenas algumas aplicações que são para o maior benefício da humanidade.
Assembleia Nobel

Metade do prêmio de 11 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 5,8 milhões) será entregue a David Baker, a outra metade será dividida entre Demis Hassabis e John Humper. Eles também devem receber diplomas e medalhas de ouro de 18 quilates. O rei sueco deve entregar os prêmios em uma cerimônia em Estocolmo no dia 10 de dezembro, aniversário da morte de Nobel, seguida de um luxuoso banquete.

David Baker, 62, nasceu em Seattle, nos EUA, e é professor da Universidade de Washington. Demis Hassabis, 48, é de Londres, no Reino Unido, e CEO do Google DeepMind. Já John Jumper, 39, nasceu em Little Rock, nos EUA, e é cientista pesquisador sênior no Google DeepMind.

Desde 1901, foram concedidos 115 prêmios de Química. No ano passado, os grandes vencedores foram Moungi Bawendi, Louis Brus e Alexei Ekimov pelas pesquisas sobre pontos quânticos, que alavancou a nanotecnologia. Esses pequenos componentes têm uso na área de eletrônica, como TVs e lâmpadas LED, computação, e na Medicina avançada, como em cirurgias de remoção de tecidos tumorais.

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