Topo
Entretenimento

Briga entre dona do Fortnite e Google esquenta e pode reduzir preço de apps

Fortnite, da Epic Games, sendo jogado em celular; desenvolvedora briga na Justiça dos EUA contra o Google para flexibilizar loja de apps - Divulgação/Mein-MMO
Fortnite, da Epic Games, sendo jogado em celular; desenvolvedora briga na Justiça dos EUA contra o Google para flexibilizar loja de apps Imagem: Divulgação/Mein-MMO
do UOL

De Tilt*, em São Paulo

09/10/2024 12h18

Quem usa celular Android hoje tem a Play Store para baixar aplicativos. Se depender da Epic, desenvolvedora da Fortnite, isso deve mudar, pois um juiz decidiu recentemente que o Google deve permitir lojas de terceiros em seu sistema operacional para celular. A dona do Android vai recorrer da decisão, que pode mudar completamente o mercado de celular.

O que aconteceu

A Epic processou o Google em 2020 argumentando que empresa exerce um monopólio sobre o Android. Desenvolvedora do Fornite argumenta que empresa detém controle sobre formas de pagamento e na maneira como os consumidores acessam apps no seu sistema operacional móvel.

Decisão desta segunda-feira (7) define uma série de obrigações para o Google. Em resumo, são duas:

Parar de exigir que cobranças sejam feitas apenas via Play Store — todo pagamento feito via loja do Google faz com que uma porcentagem fique com a empresa (15%), e o restante é repassado para o desenvolvedor. Documentos do processo mostram que empresa ofereceu vantagens para parceiros estratégicos, como Netflix (pagar apenas 10%) e Spotify (usar sistema de pagamento próprio), por exemplo.

Permitir outras lojas de aplicativo (inclusive, empresa deve liberar apps próprios, como Google Maps, para essas lojas). No processo, documentos mostram que Google chegou a pagar empresas para não criarem novas lojas.

Foi definido ainda que Epic e Google devem criar um comitê para avaliar se regras estão sendo seguidas. Nele, deverá ter um representante de cada empresa, e um terceiro escolhido pelas companhias envolvidas.

Permitir novas lojas e outras formas de pagamento poderia descentralizar o acesso aos apps e causar mudanças em preços de aplicativos. Sem a taxa do Google, em tese, lojas concorrentes poderiam reduzir valores tanto compra de apps como de itens dentro de apps.

O que o Google diz

Gigante das buscas diz que mudanças sugeridas causarão "uma série de consequências não intencionais que prejudicarão consumidores, desenvolvedores e fabricantes".

Empresa vai apelar da decisão e alegar que decisão não levou em conta que Google compete com a Apple. Em blog post, Google diz que a decisão considera o "Android como um mercado em si" e que se esquece que as medidas prejudicariam a empresa. Além disso, diz o Google, a empresa cita que o "Android é aberto" e permite outras lojas - a própria Epic já disponibilizou o Fortnite na Samsung Galaxy Store, loja de aplicativos da Samsung.

Samsung também é alvo de crítica

Samsung também é acusada pela Epic por não promover concorrência. Em outro processo, a desenvolvedora de game alega que um recurso de celulares da marca impede que pessoas baixem apps de outras fontes, que não sejam a Play Store, do Google, e a Galaxy Store, da Samsung.

"Concorrência desleal", alega a Epic. A desenvolvedora do Fortnite diz que impedir baixar apps de outros fontes "induz os usuários a pensarem que os produtos os concorrentes são inferiores".

Epic briga com todo mundo

Desde 2020, a Epic começou a empreender uma batalha judicial contra todas as empresas donas de lojas de aplicativo. A companhia acha injusta as "taxas" cobradas por Apple e Google.

Empresa em 2020 desafiou as empresas ao liberar venda direta de itens dentro do Fortnite. Jogo foi removido da App Store e até hoje não pode ser baixado. Para jogar o game, é necessário acessá-lo por plataformas na nuvem, como Xbox Cloud Gaming, por exemplo. No Android, Fortnite está disponível via Epic Games Store.

*Com informações de AFP e Reuters

Entretenimento