Leonardo: como é a fazenda Talismã, de onde trabalhadores foram resgatados
O cantor Leonardo, 61, foi incluído na "lista suja" do trabalho escravo nesta segunda-feira (7), após uma fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) encontrar seis pessoas em condições degradantes na Fazenda Talismã, em Goiás. O cantor é dono da propriedade há mais de 20 anos.
Como é a fazenda?
Avaliado em R$ 60 milhões, o local tem mais de mil hectares e fica em Jussara, região noroeste de Goiás. Para efeitos de comparação, um hectare tem o tamanho aproximado de um campo de futebol.
A pecuária bovina é a principal atividade. A fazenda abriga mais de 5.000 cabeças de gado.
No terreno há uma mansão com quartos estilo bangalô, igreja, quadras esportivas, jetski, piscina com deck de madeira, um grande lago, área de jogos e muito mais.
Veja fotos da fazenda Talismã:
O que Leonardo disse
Ficou "surpreso e muito triste" por ter seu nome incluído na lista. "Eu já plantei tomate, sei como é uma vida difícil. Eu, [pelo meu] coração, jamais faria isso", afirmou.
Há um equívoco muito grande sobre a minha pessoa. O Brasil inteiro me conhece, sabe a pessoa que sou, da idoneidade que tenho. [...] Eu não me misturo nessa lista que fizeram de trabalho escravo. Eu sou totalmente contra esse tipo de coisa. Sempre serei contra isso. Leonardo
O músico afirmou que não sabia das condições em que um arrendatário da Fazenda Lakanka mantinha seus funcionários. A Fazenda Lakanka é anexa à Fazenda Talismã. "Surgiu um funcionário nessa fazenda que arrendei, que não conheço, nunca vi. [...] Eu não conheço quem estava naquelas 'casinhas', quem os colocou lá."
Ele defendeu que o caso foi arquivado, e a multa em seu nome, paga. "Foi lavrada uma multa para mim, que sou proprietário da Fazenda, mas não da Fazenda Talismã, mas da Fazenda Lakanka, que arrendei para ser plantada a soja. Até aí, a gente respeita o Ministério Público, mas essa multa foi acertada, inclusive já tá tudo arquivado."
Inclusão na lista suja
Leonardo foi incluído na atualização da "lista suja" do trabalho escravo nesta segunda-feira (7). O cadastro mantido pelo Ministério do Trabalho e Emprego torna públicos os nomes de pessoas responsabilizadas pelo crime pelo governo federal, após operações de resgate de trabalhadores.
Em 2023, uma fiscalização encontrou seis pessoas em condições degradantes e outras trabalhando "na mais completa informalidade" na Fazenda Lakanka. Ainda que a fazenda tenha sido arrendada para um terceiro, segundo a fiscalização, a limpeza e preparação do local seriam responsabilidades do cantor. Com base nisso que Leonardo foi identificado como empregador.
Paulo Vaz, advogado de Leonardo, reiterou que a responsabilidade era do arrendatário do local. "Tratava-se de uma área arrendada, que todas essas pessoas tiveram as indenizações pagas e os processos se encontram arquivados", disse a Repórter Brasil.