'Desgastante': após sete fertilizações, Priscila Borgonovi foi mãe aos 44
Ao se tornar mãe aos 24 anos de idade, a relações públicas Priscila Borgonovi estava decidida que não teria outro filho. Porém, com as reviravoltas da vida, ela engravidou novamente aos 44 após realizar sete fertilizações in vitro (FIV). "É muito desgastante", afirma ela durante bate-papo com a apresentadora Mariana Kupfer no programa AMAR, em parceria com Materna, a newsletter e editoria de Universa.
Com mais de 40 anos e sem óvulos congelados, Priscila conta que fez uma FIV atrás da outra porque o tempo estava contra ela. Ela queria que o pesadelo acabasse e queria realizar o seu objetivo. Em uma das tentativas, ela chegou a engravidar, mas perdeu o bebê com nove semanas de gestação e foi submetida a uma curetagem.
Em meio ao tratamento, Priscila sempre perguntava ao médico se não havia algum outro exame para fazer para descobrir o que estava acontecendo. Ela fez uma histeroscopia e foi constatado que havia um problema no seu endométrio que impossibilitava o óvulo de grudar. "Eu poderia ter feito mais 50 FIVs", desabafa. Após fazer uma raspagem no endométrio, ela engravidou no mês seguinte.
Ao passar por essa experiência, Priscila diz que a fertilização in vitro é um processo peculiar, doloroso e dispendioso. De acordo com ela, os médicos ficam apegados ao protocolo e negligenciam um pouco a saúde individual de cada mulher. "Da saúde mental nem se fala. Juro, as mulheres ficam doidas".
Com seis meses de gestação, ainda vinham dúvidas
Ao engravidar de Maria, Priscila diz que como ela tentou tanto e o processo foi difícil, ela tinha dúvidas se estava tudo certo mesmo com seis meses de gestação. "Eu acho que a minha maior preocupação era acreditar que eu tinha conseguido, que a jornada de tentar ser mãe tinha chegado ao fim e agora eu poderia relaxar e viver plenamente".
Após o nascimento, Priscila se tranquilizou ao saber que Maria está bem e saudável.
Apoio ao congelamento de óvulos
"Eu acho que congelar é um tema atual e agora ficou latente principalmente porque as mulheres decidiram postergar por causa do trabalho a questão da maternidade".Priscila Borgonovi
A favor do congelamento de óvulos, Priscila acredita que se tivesse feito isso teria poupado quatro anos de desgaste, no entanto, ela conta que não recebeu esse tipo de orientação do ginecologista quando era mais jovem. Para as amigas que ainda têm dúvidas se querem ser mãe, ela aconselha congelar e decidir depois. "Eu sei que custa caro [manutenção], mas vai custar mais barato".
Diferenças da maternidade 20 anos depois
Ao ter João com 24 anos, Priscila diz que o filho veio em uma hora que ela queria muito, mas também em um momento em que ela estava brigando pelos seus sonhos e carreira. Segundo ela, o maior desafio de ser mãe jovem era dividir o seu tempo e as diversas funções que assumiu para si: ser mãe, pai, amiga, filha e profissional.
Ela lembra que toda vez que precisava ir a eventos: "era um drama em casa porque ele queria a mãe, eu queria estar com ele, mas eu precisava trabalhar. A divisão do meu tempo acho que foi o mais difícil, eu poder me organizar e não me sentir tão culpada. Nasce a mãe, nasce a culpa", diz. João é filho de Priscila com o ex-marido, o ator Fábio Assunção.
Sendo mãe agora, Priscila diz que tudo está mais moderno, há vários aplicativos e muitas informações. "Eu não estou sabendo administrar ter um telefone com uma câmera disponível para eu tirar 1000 fotos", brinca. Ela usava caixas de filmes para tirar foto do filho, uma realidade completamente diferente com Maria.
Com uma diferença de 21 anos de idade entre os dois filhos, Priscila diz que ao olhar para João tem a sensação de dever cumprido.
Se eu conseguir metade com a Maria do que eu fiz com o João, vou ficar muito feliz. Acho você passar valores e educar alguém principalmente nos dias de hoje com tantas questões relativas é muito difícil.Priscila Borgonovi
A história de Priscila Borgonovi é uma parceria entre Materna, a editoria e newsletter de Universa, e o programa AMAR, criando um espaço seguro e acolhedor para mães compartilharem histórias do seu maternar.
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