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Buscando presentes para o Dia das Crianças? Veja 5 dicas de livros

Confira indicações de livros para presentear no Dia das Crianças - Divulgação
Confira indicações de livros para presentear no Dia das Crianças Imagem: Divulgação
do UOL

De Splash, em São Paulo

29/09/2024 05h30

O Dia das Crianças, celebrado em 12 de outubro, está chegando. Ainda não sabe o que dar de presente para os pequenos? O colunista Rodrigo Casarin e a repórter Luiza Stevanatto, de Splash, trazem cinco sugestões de livros infantis. E nada de beabá: aqui temos desde obras mais leves a outras que tratam de temas mais densos, mas trazidos de forma interessante às crianças.

"Sagatrissuinorana", de João Luiz Guimarães e Nelson Cruz (Ôzé)

Rodrigo Casarin - É um livro audacioso: uma mistura de Guimarães Rosa (daí o eco de "Sagarana" no título) com "Três Porquinhos" e recentes tragédias ambientais que aconteceram em Minas Gerais. Com essa mistura improvável, João e Nelson entregam um trabalho que impressiona pela beleza, coloca para pensar e faz com que as crianças se atentem para problemas urgentes de nosso tempo. Não foi por acaso que levou o Jabuti na categoria Infantil e de Livro do Ano em 2021.

"Chapeuzinho Amarelo", de Chico Buarque (Yellowfante)

Luiza Stevanatto - Em "Chapeuzinho Amarelo", a protagonista precisa enfrentar o medo de um lobo que ela nunca viu. Não brincava, não dormia, não comia, de tanto medo do tal lobo. Até que precisou enfrentar esse medo. Eu amava esse livro quando era criança. As rimas, as ilustrações coloridas de Ziraldo, tudo. Lembro de ficar especialmente encantada pelas duas páginas que mostram o "lobolobolobo" virando... um "bolo".

Fui atrás do livro de novo para sugeri-lo aqui e acabei percebendo que traz uma mensagem para todas as idades. Afinal, algum dia deixamos de sentir medo? Podemos escondê-lo, fingir que não existe, mas temos medo a vida inteira. Para muita gente, esse medo pode ser paralisante, como é para Chapeuzinho. Para os mais ansiosos, as aflições são como o lobo: você não precisa vê-las, elas sequer precisam existir, para que o medo se faça presente. Mas é preciso superá-los para voltar a viver, como faz a Chapeuzinho Amarelo, certo? Publicado pela primeira vez em 1970, é lindamente escrito por Chico Buarque e coroado com a arte de Ziraldo.

"Flicts", de Ziraldo (Melhoramentos)

Rodrigo Casarin - Temos aqui um clássico. E não estou falando apenas de um clássico para os pequenos. Se você é do tipo que não dá bola para livros planejados para crianças, por favor, repense a decisão quando cruzar com um exemplar de "Flicts". É um trabalho capaz de maravilhar leitores de todas as idades.

Publicado originalmente em 1969, quando explorações espaciais faziam a cabeça de muita gente pelo mundo, "Flicts" narra a história de uma cor estranha, deslocada, que não encontra o seu lugar no mundo. É um livro meio melancólico, cheio de significados e com um final bem bonito. Comovente, sem dúvidas. Impressiona a capacidade de Ziraldo criar tamanha beleza com tanta simplicidade.

"O Braço Mágico", de Roseana Murray (Estrela Cultural)

Luiza Stevanatto - Em abril deste ano, a autora Roseana Murray foi atacada por três pitbulls e teve um dos braços amputados, perdeu uma orelha e teve outros ferimentos pelo corpo. Em agosto, apenas quatro meses depois do acidente, a autora transformou o que poderia ser uma tragédia em poesia.

Em "O Braço Mágico", ela vira uma poderosa avó com um braço invisível e mágico, que pode tocar cavalos-marinhos no fundo do mar ou alcançar alguém triste, que está muito longe, e fazer carinho em seu rosto e seus cabelos. "A arte é um ato de fé na vida", diz a autora na contracapa. E, por isso, esse livro não fala de violência, tristeza ou de perdas, mas de superação das adversidades, magia e poesia.

"Mexique: O Nome do Navio", de María José Ferrada e Ana Penyas (Pallas Mini)

Rodrigo Casarin - Admiro a forma como a chilena María José Ferrada trabalha com temas espinhosos em seus livros infantis. "Crianças", por exemplo, deixa qualquer leitor com um nó na garganta pela forma como trata dos pequenos que sumiram ou foram assassinados pela ditadura militar de Augusto Pinochet.

Mas a dica hoje é outra. "Mexique", feito em parceria com Ana Penyas, também parte de um momento histórico sangrento: a Guerra Civil Espanhola. No livro infantil, Ferrada narra o périplo de 456 crianças, filhas de republicanos perseguidos pelo exército de Franco, que são enviadas para o México para que tenham uma chance de sobreviver. Com a morte de boa parte dos pais, muitos desses pequenos virariam exilados políticos na América.

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