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Irmãos Menendez: assassinato macabro dos pais que chocou EUA ganha série

Os irmãos Lyle e Erik Menendez foram condenados à prisão perpétua por assassinarem os pais em 1989 Imagem: Getty Images

De Splash, em São Paulo

19/09/2024 05h30

Estreou nesta quinta-feira (19) na Netflix a série "MONSTROS - Irmãos Menendez: Assassinos dos Pais", parte da antologia de true crime capitaneada por Ryan Murphy e inaugurada em 2022 com "DAHMER: Um Canibal Americano".

Atenção! Este texto contém spoilers da série 'MONSTROS - Irmãos Menendez: Assassinos dos Pais' Imagem: Arte UOL

Relembre a história real

José e Kitty Menéndez foram brutalmente assassinados em sua mansão em Beverly Hills em 1989. Ele foi alvo de seis tiros com uma espingarda, enquanto ela foi alvejada dez vezes. Ambos receberam tiros na cabeça. O crime foi tão violento que, a princípio, a polícia acreditou se tratar de uma execução ordenada pela máfia —os principais suspeitos eram rivais de negócios de José e um executivo do mundo do pornô que tinha inimizade com o pai de família.

Foram os filhos quem ligaram para a polícia. Lyle e Erik, que na época tinham 22 e 19 anos, disseram que estavam a caminho do cinema para ver "Batman" quando perceberam que haviam esquecido seus documentos em casa. Ao retornarem, teriam encontrado os corpos dos pais. Os policiais não suspeitaram deles e não pediram uma análise para investigar se algum dos dois havia disparado armas de fogo.

O comportamento de Lyle e Erik nos meses seguintes à morte dos pais levantou suspeitas. Os dois herdaram US$ 14 milhões (cerca de R$ 76,3 mi, na cotação atual) e, em seis meses, já haviam gastado US$ 700 mil (R$ 3,8 mi). Lyle comprou itens como um Porsche, um Rolex e um restaurante. Erik comprou um Jeep, investiu US$ 40 mil (R$ 218 mil) num show que nunca aconteceu e contratou um treinador de tênis por US$ 50 mil (R$ 272 mil). Já suspeitando dos irmãos, a polícia usou vários artifícios para obter uma confissão — inclusive plantar uma escuta em um amigo de Erik durante um almoço.

Eventualmente, Erik confessou o crime ao seu psicólogo. O profissional repassou a informação para sua amante, que com o fim do relacionamento contou tudo à polícia. Lyle foi detido sem direito a fiança no dia 8 de março de 1990, e Erik se entregou à polícia três dias depois porque estava num torneio de tênis em Israel.

Durante o julgamento do caso, a motivação do crime foi alvo de disputa. A acusação alegou que os irmãos queriam a herança, enquanto a defesa afirmou que eles sequer sabiam que estavam no testamento do pai. Os irmãos disseram que eram abusados emocional, física e sexualmente pelo pai, e cometeram os assassinatos com medo de serem mortos por José após ameaçarem expor os crimes dele.

Primos de Erik e Lyle foram testemunhas no caso e disseram saber dos abusos há anos. Um deles contou que, quando criança, Erik falou que recebia "massagens no pênis" do pai. Outra afirmou que chegou a confrontar Kitty sobre os abusos, mas a tia negou tudo. A promotora no julgamento de Lyle rebateu argumentando que o abuso não poderia ter ocorrido, já que "homens não podem ser estuprados, eles não têm o equipamento necessário para o estupro".

Os dois foram condenados à prisão perpétua. Eles ficaram em prisões separadas até fevereiro de 2018, quando Lyle foi transferido para a Penitenciária Richard J. Donovan, onde Erik cumpria sua pena. Ambos continuam lá até hoje.

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