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Colômbia é convidada da Bienal: confira 5 dicas de livros do país vizinho

William Ospina, Margarita García Robayo e Pilar Quintana estão entre os autores indicados para o final de semana - Divulgação
William Ospina, Margarita García Robayo e Pilar Quintana estão entre os autores indicados para o final de semana Imagem: Divulgação
do UOL

De Splash, em São Paulo

08/09/2024 05h30

A Colômbia é a convidada de honra da Bienal de São Paulo neste ano, e autores do país vizinho fazem parte da extensa programação do evento.

Neste final de semana, o colunista Rodrigo Casarin e a repórter Luiza Stevanatto, de Splash, trazem cinco dicas de livros para se aprofundar na literatura colombiana.

"O País da Canela", de William Ospina (Mundaréu, tradução de Eric Nepomuceno)

Rodrigo Casarin - Temos aqui uma boa ficção histórica. O romance se passa na Amazônia do século 16, com invasores europeus se embrenhando e passando por perrengues pela região hoje dividida entre Peru, Brasil e Colômbia.

É a travessia do rio Amazonas que marca a jornada aventuresca, cheia de conflitos e encontros em meio a uma natureza espantosa. A narrativa dá boa vida a um período histórico muitas vezes tratado de forma fria demais. O livro faz parte de uma trilogia de Ospina sobre a colonização espanhola em nosso continente, mas não se preocupe, pode ser lido e compreendido perfeitamente sem os demais volumes.

"A Cachorra", de Pilar Quintana (Intrínseca, tradução de Livia Deorsola)

Luiza Stevanatto - Intenso, o livro faz refletir sobre o lugar da mulher na sociedade e a maternidade a partir de duas personagens: a protagonista Damaris e uma cachorra. Após várias tentativas falhas de engravidar, Damaris adota uma cadela filhote, que saiu da ninhada de uma vizinha. A relação de amor e carinho dá lugar ao ciúme e a raiva quando seu marido passa a tratar a cachorra como filha e, pior, quando a cadela engravida.

"O Ruído das Coisas ao Cair", de Juan Gabriel Vásquez (Alfaguara, tradução de Ivone Benedetti)

Rodrigo Casarin - É meio inexplicável como alguns autores têm uma ótima recepção em diversos países, mas parecem não engrenar no Brasil. Tem mais de década que Juan Gabriel Vásquez é um dos maiores nomes da literatura colombiana. A falta de uma versão em português para "La Traducción del Mundo", reunião de conferências publicada no ano passado, é um indicativo de como temos lacunas importantes em nossas livrarias.

A indicação, no entanto, é de uma ficção que saiu, sim, por aqui, como não poderia deixar de ser. Carrego as melhores lembranças de "O Ruído das Coisas ao Cair", que fez muito sucesso lá fora e foi publicado no Brasil em 2013. O romance parte dos famosos hipopótamos de Pablo Escobar para retratar uma geração de colombianos marcada pela violência do narcotráfico.

"O Amor nos Tempos do Cólera", de Gabriel García Márquez (Record, tradução de Antonio Callado)

Luiza Stevanatto - Essa é uma das obras mais importantes de Gabriel García Márquez, vencedor do Prêmio Nobel de Literatura pelo conjunto de sua obra e ícone latino-americano. Foi escrita em seu período sabático após o lançamento do premiado "Cem Anos de Solidão".

Inspirado em suas vivências e na história de amor de seus pais, Gabo narra a paixão de Florentino Ariza, que espera pela amada Fermina Daza por longas décadas até encontrá-la. A narrativa traz uma história de amor proibido e romance em meio a um lugar assolado pela epidemia do cólera.

"Até que Passe um Furacão", de Margarita García Robayo (Moinhos, tradução de Silvia Massimini Felix)

Rodrigo Casarin - Faz tempo que Margarita García Robayo, uma das atrações da Bienal deste ano, está no meu radar. É sólida a carreira que vem construindo há mais de uma década, destacando-se principalmente pela força de seus contos.

Entre a pobreza do seu Caribe natal — ela é de Cartagena — e a cabeça voltada para o tal sonho americano que se passa parte das histórias de "Até que Passe um Furacão", livro que pretendo ler em breve. O premiado "Coisas Piores", também publicado no Brasil, pode ser outra boa porta de entrada para a literatura da autora.

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