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Shantal detalha violência de médico no parto: 'Esticou minha vagina'

Shantal falou sobre a violência obstétrica sofrida em 2021 durante parto - Reprodução/Instagram
Shantal falou sobre a violência obstétrica sofrida em 2021 durante parto Imagem: Reprodução/Instagram
do UOL

Colaboração para Splash, em São Paulo

05/09/2024 18h18

Shantal Verdelho recordou violência obstétrica sofrida durante o parto de sua segunda filha, em 2021, e contou detalhes da agressão que ela narrou ter sido praticada pelo médico Renato Kalil. O Superior Tribunal de Justiça encerrou investigações contra o profissional, que não foi considerado culpado.

O que aconteceu

Influenciadora disse ter sofrido "as coisas mais evidentes e óbvias" do que pode ser considerado violência obstétrica. Ela citou, por exemplo, a manobra de Kristeller, que é proibida pelo Ministério da Saúde. "A minha filha só nasceu depois que o médico parou de apertar minha barriga, e eu fiquei pedindo isso durante o parto. Estava doendo tanto que quando ele apertava, em vez de eu fazer a força para a bebê nascer, fazia força contrária para empurrar a mão dele, para não machucar ela [a criança]", declarou em entrevista ao podcast Mil e Uma Tretas.

Ela contou que Kalil queria fazer episiotomia, que é um corte no períneo da mulher, mesmo após ela afirmar durante as consultas de pré-natal que não queria o procedimento. "Chegou à sala de parto e ele [falou:] 'Pega o material para fazer episiotomia'. E eu: 'Não, não... lembra que falei que não quero?' E ele começou [a ficar] revoltado comigo, olhava para meu marido e falava: 'Como assim ela não vai fazer episiotomia?'. Como se [o meu marido] mandasse no meu corpo."

Shantal disse ter tido a parte íntima "rasgada" pelo médico. "Ele [Kalil] passou o parto inteiro me xingando, dizendo que só faltava episiotomia para nascer e é aí quando ele me rasga com a mão, que é outra violência... Não precisa ficar abrindo a vagina enquanto está parindo e ele passou o meu trabalho [de parto] o tempo todo ali alargando a minha vagina de uma forma horrível de ver."

Influenciadora explicou que o médico "esticou" sua vagina, mas que, por ela não ter um machucado físico quando fez exames após registrar denúncia, a Justiça desconsiderou o vídeo do parto e entendeu que ela não sofreu violência obstétrica. "Eu descobri nesse processo que o médico te pegar ali e fazer aquela violência física, esticar [minha] vagina, arrombar ela, você vai ao Judiciário para falar 'sofri essa violência', mas, se não tiver o machucado, mesmo com vídeo [não adianta]."

STJ encerra investigação contra médico

A Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça encerrou as investigações contra Renato Kalil por lesão corporal e violência psicológica contra Shantal. Em decisão proferida em agosto de 2024, a maioria dos ministros entendeu que não ficou comprovado que o médico tenha violado os princípios éticos ou atuado em desacordo com a boa prática médica no parto da influenciadora.

Kalil negou que tenha agido de forma violenta no parto de Shantal. Em depoimento à Polícia Civil, o médico admitiu ter usado "palavras inadequadas" na ocasião, como forma de "incentivo motivacional", mas que não incorreu em violência obstétrica, conforme a famosa o acusou.

Shantal comentou a decisão do STJ e alegou que, apesar da vitória do médico, seu caso ajudou a pautar o assunto e serviu para ajudar outras mulheres. "Violência obstétrica nunca foi assunto no Brasil e é algo que acontece muito, com muita frequência, com muitas mulheres, de todas as esferas, né? Foi um assunto que virou pauta, que as mulheres procuraram informação, passaram informação pros seus parceiros, pras suas parceiras, mudou o parto de muita gente", declarou na ocasião em vídeo nas redes sociais.

Shantal é mãe de Filippo, 5, Domênica, 2 e Giuseppe, de dois meses. Todas as crianças são fruto de seu relacionamento com Mateus Verdelho.

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