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Cortes e dubladores parentes: 12 curiosidades de Cavaleiros do Zodíaco

Cavaleiros do Zodíaco - Reprodução
Cavaleiros do Zodíaco Imagem: Reprodução
do UOL

Fábio Garcia

01/09/2024 05h30

Em 1º de setembro de 1994 estreava na Rede Manchete o anime "Os Cavaleiros do Zodíaco", responsável por um novo boom de produções asiáticas em meados dos anos 1990. Embora não tenha conseguido renovar seu público como outros animes, "Os Cavaleiros do Zodíaco" é uma produção muito importante por aqui e se tornou algo mais nostálgico para fãs mais velhos.

Splash reuniu algumas curiosidades sobre a passagem desta série pelo Brasil.

Como manda a cartilha das emissoras de TV aberta, precisava haver alguma pessoa para apresentar os episódios do desenho animado. Com "Os Cavaleiros do Zodíaco" não foi diferente: na Manchete tivemos a Duda Little e a garota asiática Mitsui introduzindo as histórias de Seiya e seus amigos, enquanto na Band quem dava os spoilers do capítulo do dia era a cantora Kelly Key, em uma rápida passagem pela emissora do Morumbi.

O Brasil tem grandes cantores de músicas de anime, mas a redublagem de "Os Cavaleiros do Zodíaco" decidiu procurar um nome de fora da bolha. Para interpretar a canção "Pegasus Fantasy", um dos clássicos das anisongs japonesas, foi convidado o cantor Edu Falaschi, que fazia parte da banda Angra. Como o público alvo do anime e do metaleiro são parecidos, até hoje Edu dá uma palhinha da canção em seus shows, até mesmo no Rock in Rio!

A primeira dublagem de "Os Cavaleiros do Zodíaco" foi feita pelo estúdio Gota Mágica, e o diretor Gilberto Baroli escalou seus filhos para os papéis principais: Hermes Baroli foi escolhido para fazer o Seiya de Pégaso e Letícia Quinto acabou ficando com Saori Kido, a reencarnação da deusa Atena, ambos defendendo os personagens com muito talento. E o legado dos Baroli nos cavaleiros não parou por aí: o próprio Gilberto pegou vários personagens da série, como os vilões Dócrates, Saga de Gêmeos e Kanon de Dragão Marinho.

A versão brasileira de "Os Cavaleiros do Zodíaco" brincou com parentescos até quando chegou a série da Netflix, que tinha como principal diferença o fato de ter transformado o Shun em uma mulher. Em vez de termos Ulisses Bezerra, a voz clássica do cavaleiro de Andrômeda, foi escalada Úrsula Bezerra, irmã do dublador. Para quem não associou o nome à voz, Úrsula é conhecida por dublar o Goku criança em "Dragon Ball", o protagonista de "Naruto" e também a Rini em "Sailor Moon".

cavaleiros - Montagem/UOL/Reprodução - Montagem/UOL/Reprodução
Shun de Andrômeda menino, no anime "Os Cavaleiros do Zodíaco", e menina, na versão da Netflix
Imagem: Montagem/UOL/Reprodução

Você sabe quantas emissoras de TV já transmitiram "Os Cavaleiros do Zodíaco"? Na TV aberta foram 4, sendo elas a Rede Manchete (1994-1997), Band (2004-2012), Rede 21 (2005) e Rede Brasil (2015-2017). Já na TV paga foram 3 emissoras: Cartoon Network (2003-2007), Warner Channel (2023-2024) e Adult Swim (2024), que exibe o anime atualmente. Já no streaming a série pode ser vista na íntegra na Crunchyroll.

Conhecido por sua violência explícita, o anime foi amenizado em suas exibições no Brasil. A Rede Manchete transmitiu quase que na íntegra, cortando só alguns quadros sanguinolentos e uma cena de uma bíblia em chamas no quarto filme da série. Já em exibições posteriores a série precisou se adequar à classificação indicativa e passou por cortes mais robustos.

O ex-jogador de futebol Adriano é fã de "Os Cavaleiros do Zodíaco", e até publicou em suas redes sociais uma foto assistindo ao anime. "Gostava muito de ver" comentou o ídolo do Flamengo enquanto mostrava a vilã Hilda de Polaris na tela de sua TV.

cavaleiros - Reprodução - Reprodução
Cavaleiros do Zodíaco
Imagem: Reprodução

"Os Cavaleiros do Zodíaco - O Filme", lançado nos cinemas brasileiros em julho de 1995, é o quarto filme de anime de maior público do cinema brasileiro. O longa, que está acima de "One Piece Film: Red" e "Demon Slayer: Kimetsu no Yaiba - To The Hashira Train" se encontra abaixo apenas dos dois primeiros filmes de "Pokémon" (2000) e de "Dragon Ball Super: Broly" (2019), segundo levantamento feito por Yuri Petnys.

"Os Cavaleiros do Zodíaco" é considerado um dos responsáveis por popularizar dubladores entre os fãs. Os jornalistas da revista "Herói" entrevistaram as vozes por trás da versão brasileira e isso transformou os atores de voz em celebridades para os otakus, a ponto de participarem de painéis em eventos de anime. Quando a série foi redublada no começo dos anos 2000 pela Álamo, isso fez com que tentassem respeitar ao máximo a escalação da Gota Mágica. Até hoje há um carinho muito grande pelo elenco original da série.

Toru Furuya, voz original do Seiya de Pégaso, já esteve no Brasil em 2007 para o evento AnimeCon. Toru conversou com fãs e contou sobre os bastidores do anime. Recentemente Toru se envolveu em uma polêmica no Japão por ter agredido sua ex-amante e abandonou seus papéis em animes, como o Sabo de "One Piece".

cavaleiros - Reprodução/Akita Shoten - Reprodução/Akita Shoten
Seiya na capa da revista "Shonen Champion" que saiu o último capítulo de "Os Cavaleiros do Zodíaco: Next Dimension"
Imagem: Reprodução/Akita Shoten

Com o sucesso de "Os Cavaleiros do Zodíaco", as emissoras brasileiras fizeram uma corrida atrás de mais animes que tivessem alguma coisa parecida com a série de Masami Kurumada. Nisso a Manchete transmitiu "Samurai Warriors" e "Shurato", duas séries com protagonistas jovens usando armaduras, e foi lançado para o mercado de Home Vídeo a série "Fuma no Kojiro", também de Kurumada. Para "confundir" o público, trocaram o nome do anime para "Guardiões do Universo".

"Os Cavaleiros do Zodíaco" também foi um sucesso editorial no Brasil. O mangá original ganhou inúmeras reimpressões e republicações, e passou pelas editoras Conrad e JBC. Inclusive em breve será lançada pela JBC a "Final Edition", uma nova edição que reúne textos revisados pelo autor e alguns capítulos extras.

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