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Theo Cochrane conta de depressão: 'Juntou abstinência, luto e pé na bunda'

do UOL

29/08/2024 05h30

Convidado do "Desculpa Alguma Coisa", videocast de Universa com Tati Bernardi, o ator, apresentador e figurinista Theo Cochrane revelou que sofreu com um vício em álcool e drogas e contou como recebeu o diagnóstico de ciclotimia, um tipo de transtorno que intercala momentos de euforia e depressão.

"No final de semana ficava ótimo, mas durante a semana eu ficava muito deprimido. (...) Chegou uma hora que caiu essa ficha em mim e falei: vou parar. Começou a abstinência junto com a minha mãe, com o luto, o desemprego, a distância do namorado. Aí minha terapeuta falou: chegamos ao seu diagnóstico. E comecei a tomar o remédio certo e a terapia direcionada pra isso".

Ele também comentou sobre a importância de falar sobre saúde mental e buscar ajuda especializada. "Falo muito sobre isso, sobre descobrir os distúrbios que todo mundo tem, ou tem alguém próximo que tem, ou já foi afetado pelo distúrbio, pras pessoas terem consciência e tratarem."

Um bom diagnóstico é salvador. Theo Cochrane

Theo Cochrane fala sobre boato de caso com Gianecchini: 'Virou um fetiche nacional'

Theo comentou sobre o boato de que teria um caso com o ator Reynaldo Gianecchini, marido de sua mãe na época.

"É podre, surreal. A história que contam é que eu tinha ido pra Paris, aí fiquei viciado em heroína, e fui morar em um apartamento com um modelo mais velho que me tirou das drogas, o Reynaldo Gianecchini. (...) Virou um fetiche nacional."

As pessoas preferiam aceitar que o galã da novela das 21h era gay do que poderia namorar uma mulher mais velha, que tinha o dobro da idade dele. Theo Cochrane

Theo Cochrane fala sobre relação com a mãe: 'Traumas de ser o filho da Marília Gabriela'

Theo revelou detalhes sobre a relação com a mãe, a jornalista Marília Gabriela. Mãe e filho estão em cartaz em São Paulo até o dia 27 de outubro com a peça "A Última Entrevista de Marília Gabriela", em que refletem sobre a dinâmica do relacionamento.

"A peça tem essa estrutura de relação mãe e filho, é autoficcional. Os traumas de ser um aposto, de não ter nome, de ser 'o filho da Marília Gabriela'. Falamos muito desse mito que é a Marília Gabriela, dessa referência, e como nossa relação se estabeleceu", explicou.

Ele explicou que a ideia do espetáculo surgiu após passarem uma temporada morando juntos. "Meu pai morreu e fui para Portugal com a minha mãe, ela com as manias de velha dela. (...) Repetir histórias várias vezes, reclamar do funcionamento do intestino. E eu vendo essas pequenas manias e resolvendo todas as coisas burocráticas, e fui me irritando um pouco. E ela me achando sem paciência, grosseiro. (...) E ela, no auge do brilhantismo, falou: 'acho que a gente tem que fazer uma coisa da nossa dinâmica mãe e filho'".

Theo Cochrane fala sobre descobrir sexualidade aos 25 e bullying na infância: 'Saía na porrada'

Theo contou sobre como assumiu sua sexualidade aos 25 anos, após entrar na faculdade de teatro, e da pressão dos colegas para beijar outros homens.

"Entrei na Escola de Arte Dramática e aí falavam que tinha que experimentar. A gente fazia umas dinâmicas de trote, e hoje em dia eu paro pra pensar que fui abusado, e abusei de muita gente. Tipo assim, você é ator, como assim você não vai beijar homem na boca? Aí eu beijei, senti atração e pensei: acho que tá rolando um negócio".

Ele também falou sobre o bullying que sofria na infância. "Como eu fui sempre uma pessoa expansiva, eu falava: 'não é nada disso!' E cuspia na cara das pessoas, dava tapa na cara, saía na porrada. Eu sempre fui uma criança reativa, que não levava desaforo para casa".

Theo Cochrane fala da morte do pai e como organizou velório: 'Tem que ter uma vibe boa'

Theo lembrou da morte do pai, o astrólogo Zeca Cochrane, que faleceu em 2021 devido a um infarto fulminante. "Era Dia dos Pais e eu indo buscar pra jantar. Aí meu irmão me ligou e falou: 'Theodoro, vem pra cá que eu acho que o papai morreu'. Ele chegou no quarto do meu pai e ele tava caído do lado da cama".

Ele contou que produziu o velório para que fosse um momento aconchegante e de união da família. "Cheguei no lugar e vi aquela luz fria, com aquela vibe de necrotério. Não. Eu quero uma coisa aconchegante. Cheguei pra mulher da casa funerária e falei: posso chegar mais cedo pra trazer umas gelatinas? Aquilo que você coloca no refletor pra dar umas cores. Aí fomos comprar as coisas que o papai gostava: café, pão de queijo, uns salgadinhos".

Acho que velório tem que ser uma coisa pra despedir, mas com uma vibe boa. Theo Cochrane

Desculpa Alguma Coisa no UOL

Sem medo de ser cancelada, a escritora e roteirista Tati Bernardi faz seus convidados falarem o que nunca falariam. Os episódios ficam disponíveis toda quarta-feira no Canal UOL e no Youtube de Universa. Assista à entrevista completa com Theo Cochrane:

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