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Golpe da garra fraca: por que você não deve confiar em máquinas de pelúcia

Garra de máquinas de pelúcia pode ser programada para não segurar o brinde, segundo investigação da Polícia do Rio - Getty Images
Garra de máquinas de pelúcia pode ser programada para não segurar o brinde, segundo investigação da Polícia do Rio Imagem: Getty Images
do UOL

De Tilt, em São Paulo*

29/08/2024 05h30

A Polícia Civil do Rio de Janeiro fez nesta quarta-feira (28) uma operação contra o "golpe da garra fraca", que combate um esquema de adulteração de máquinas de bichinhos de pelúcia. A "Mãos Leves 2" também investiga a participação de organizações criminosas na fraude.

A ação, que cumpre 19 mandados de busca e apreensão, surgiu após a apreensão de diversas máquinas em shoppings do Rio, que utilizavam bonecos de pelúcia falsificados. Uma perícia feita nos equipamentos constatou que elas eram programadas para que o cliente capturasse a pelúcia somente após um grande número de tentativas.

Sistema de programação não é novidade

Dono pode ajustar o lucro que quer e mudar força da garra. Segundo uma reportagem do site norte-americano "Vox", que analisou manuais das máquinas de pelúcia, a maioria delas conta com sistemas de programação que permitem que o dono condicione o funcionamento da máquina ao lucro pretendido.

Caso do tipo já aconteceu em 2020, em Santa Catarina. O IGP (Instituto Geral de Perícias) recebeu uma denúncia de fraude em Joinville. Após análise pericial, foi descoberto que as garras do equipamento só funcionavam com toda força uma vez a cada 22 jogadas. Ou seja, o jogador só tinha a chance de pegar uma pelúcia após 21 jogadas perdidas.

O crime é cometido porque o equipamento pode ser enquadrado como um jogo de azar, e não de habilidade. A lei das contravenções penais define como jogo de azar aquele em que "o ganho e a perda dependem exclusiva ou principalmente da sorte", como os caça-níqueis. No caso das máquinas de pelúcia, o jogador acha que capturar o bicho depende dele.

Envolvidos no esquema podem pegar pena de até 1 ano de prisão e multa. Os responsáveis podem ser punidos por "estabelecer ou explorar jogos de azar em local público", mas para isso é necessário provar a intenção dos gerentes das máquinas em enganar as pessoas.

Quem se sentir lesado deve procurar a polícia ou até mesmo o Procon. Mas o ideal é evitar esse tipo de jogo, já que é impossível saber quais máquinas estão adulteradas sem analisar seus sistemas.

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