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Com cheiro de reggae, turnê de despedida do Natiruts passa por São Paulo

Show do Natiruts no Allianz Parque na noite de sábado (24), em São Paulo - @staff_images Allianz Parque
Show do Natiruts no Allianz Parque na noite de sábado (24), em São Paulo Imagem: @staff_images Allianz Parque
do UOL

Bruna Gavioli

Colaboração para Splash, em São Paulo

25/08/2024 11h21

Apesar do frio e da chuva que não deu trégua, a "vibe" positiva estava solta pelo ar em São Paulo! O Natiruts passou pela capital paulista com o show da turnê "Leve com Você", no Allianz Parque, na noite de sábado (24), e levou o público à loucura ao som dos sucessos dessa banda de reggae formada em Brasília, em 1996.

Com uma mistura de alegria e nostalgia, os fãs estavam em sintonia com a banda no show da turnê "Leve com Você", que marca a despedida do grupo. São Paulo ainda vê o show neste domingo (25) e nos próximos dias 30 e 31.

"Obrigado por esses quase 30 anos de história aqui nessa capital maravilhosa, onde sempre fomos tão bem recebidos e hoje celebramos, não um fim, mas uma continuidade que não vai estar mais nos palcos, mas vai estar com certeza no coração de todo mundo que tem um pouquinho dessa banda na sua vida", disse o vocalista Alexandre Carlo.

Durante 2h30, a banda emocionou o público com um repertório de 31 músicas que celebravam seus 30 anos de trajetória, proporcionando uma noite inesquecível para cerca de 45 mil fãs presentes que fizeram coro do início ao fim.

O repertório foi só de sucessos, como "Liberdade", "Presente de um Beija-Flor", "Andei Só", "Sorri, Sou Rei", "Quero Ser Feliz Também", "A Cor", "Leve Com Você" e "Natiruts Reggae Power", que incendiou o Allianz Parque. Outro destaque foram as imagens coloridas e artes abstratas nos telões que se juntaram às luzes de palco para criar uma atmosfera única e envolvente.

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Natiruts passa por São Paulo com a turnê de despedida 'Leve com Você', na noite de sábado (24)
Imagem: @staff_images Allianz Parque

A canção "Leve com Você", lançada em 2002, foi escolhida para dar nome à turnê, pois, segundo a banda, transmite a energia do grupo e afirma que os términos não precisam ser sinônimo de tristeza.

"Essa música fala que rancor não dá em nada e de temas importantes que o Natiruts abordou nesses últimos anos, como empatia, amor ao próximo, esperança e justiça social", disse Alexandre.

O baixista e cofundador do Natiruts, Luís Maurício, 51, estreou no show que a banda fez um baixo feito com fibras de cânhamo, variedade de Cannabis usada para fins industriais, sem efeito psicoativo.

"Precisamos mostrar ao governo, ao presidente, à Anvisa que o país está desperdiçando uma grande oportunidade de desenvolvimento econômico enquanto não regularmos a produção dessa matéria prima no Brasil", explicou Luís Maurício, baixista do Natiruts, em entrevista a Splash.

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O baixista do Natiruts, Luís Maurício, estreia baixo feito de cânhamo no show que fez no sábado (24), em São Paulo
Imagem: @tarso.araujo

Durante toda sua carreira, o Natiruts clamou por "Liberdade para dentro da cabeça" e, agora, se junta ao time das bandas que fizeram história na música brasileira.

Alegria e nostalgia

A despedida do Natiruts será lembrada pelos fãs como uma celebração da música brasileira e das boas vibrações de suas canções. A reportagem de Splash conversou com gente do público e encontrou irmãos que compartilhavam do amor pela banda, fã das antigas e até um casal apaixonado.

"Leve com Você" é a preferida dos irmãos Jéssica e Henrique de Almeida. Jéssica revelou que estava muito emocionada pela despedida, por vivenciar essa experiência ao lado do irmão. "Eu comecei a gostar porque meu irmão ouvia, e eu gosto de todas, sei cantar todas. Não poderia perder a oportunidade de de estar aqui hoje."

"É a realização de um sonho estar presente num momento tão especial como esse: o último show deles e também com a minha irmã. 'Leve com Você' é a nossa favorita!", contou Henrique.

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O casal Thais e Lucas, o fã das antigas Allan Rocha e os irmãos Jéssica e Henrique foram se despedir do Natiruts no sábado (24), em São Paulo
Imagem: Bruna Gavioli/UOL

Allan Rocha é fãs das antigas, desde o tempo que a banda tocava no "Expresso Brasil", na zona leste de São Paulo. "Estar aqui hoje me traz felicidade, nostalgia e alto astral, que faz parte das músicas deles".

Teve casal apaixonado que veio celebrar o noivado show, como é o caso do Lucas e Thaís . "Natiruts foi uma das banda que eu acompanhei desde a minha adolescência e é muito gratificante poder estar aqui e ver a carreira deles chegar ao fim tão bem assim", disse Lucas. "'Você Me Encantou Demais' é uma música que ouvimos todos os dias. Significa muito pra gente, tem muito a ver com a nossa história", celebrou Thaís.

Erva liberada?

A revista para entrada no show era leve. A segurança tinha a orientação de confiscar apenas itens como guarda-chuvas, garrafas, objetos pontiagudos e camisetas de times de futebol. Um funcionário da segurança, que conversou com a reportagem e não quis se identificar, disse que poucas pessoas tiveram pertences tomados.

O cheiro de reggae dominava, afinal, durante o show, grande parte do público fumava baseados. Os usuários ouvidos pela reportagem de Splash afirmaram que não tiveram problemas durante a revista para entrar no estádio.

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Fã do Natiruts fuma baseado durante show da turnê de despedida da banda no Allianz Parque, em São Paulo, no sábado (24)
Imagem: Bruna Gavioli/UOL

A ação dividiu opiniões entre os entrevistados, que não quiseram se identificar. "Vim pra curtir a música, fumar meu baseado tranquilo sem incomodar ninguém", disse um entrevistado. Teve também quem afirmou: "Drogas piores e mais viciantes como o álcool têm sua venda liberada, e ninguém fala nada".

Apesar das informações sobre o uso da maconha medicinal e do cânhamo industrial, algumas pessoas revelaram que são contra. Muitas ainda acreditam "que essa é a porta para o uso de drogas mais pesadas".

Em junho, o Supremo Tribunal Federal ( STF ) decidiu fixar que 40 gramas será a quantidade máxima de maconha que diferenciará um usuário de um traficante, desde que não existam outros indícios de que a pessoa seja traficante. O Superior Tribunal de Justiça deve julgar ainda neste ano se libera a plantação de maconha para fins exclusivamente medicinais e industriais.

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