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Polêmica entre herdeiro da Azul e esposa: afinal, quem são as tradwives?

Daniel e Hannah Neeleman, conhecida como Ballerina Farm. Ele é um dos herdeiros da JetBlue e da Azul  - Reprodução/Instagram/@hogfathering
Daniel e Hannah Neeleman, conhecida como Ballerina Farm. Ele é um dos herdeiros da JetBlue e da Azul Imagem: Reprodução/Instagram/@hogfathering
do UOL

13/08/2024 13h57Atualizada em 13/08/2024 19h05

O termo "tradwife" cresceu nos últimos anos e voltou a chamar a atenção com Daniel Neeleman, 35, herdeiro das companhias aéreas Azul e JetBue, que virou alvo de críticas após sua esposa, Hannah Neeleman, 34, dar uma entrevista para a revista "Times" falando sobre a família, os filhos e o estilo de vida dos dois, que moram em uma fazenda em Utah, nos Estados Unidos.

Hannah, ex-bailarina, é um ícone no movimento "trad wife" (esposas tradicionais) e compartilha sua rotina cuidando da casa e dos filhos — o que inclui ordenhar a vaca para ter leite em casa e fazer pães do zero, assados em forno a lenha. Ela faz tudo sem a ajuda de babás ou funcionários. No entanto, o tom da entrevista deixou leitores em dúvida sobre ela estar feliz, já que abdicou da carreira e Daniel fala sobre sua exaustão.

Mas, afinal, o que são as tradwives?

Nas redes sociais a hashtag #tradwife traz imagens de pratos preparados em casa e bolos recém-assados, com as autoras dizendo que "o lugar de uma mulher é em casa" ou que "tentar ser como um homem é um desperdício para uma mulher".

O movimento #TradWives (esposas tradicionais, em tradução livre) é composto por mulheres que promovem papéis de gênero ultratradicionais.

Em entrevista à BBC em 2020, a britânica Alena Kate Pettitt contou que quer "estar submissa ao seu marido e mimá-lo como se fosse 1959". Em seu blog, ela fala sobre "etiqueta, estilo de vida feminino, tarefas domésticas e como ser uma esposa tradicional".

Em seus artigos, Alena defende que "se você quer um casamento feliz, deve sempre colocar seu marido em primeiro lugar".

Conforme a BBC, o termo tradwife causa controvérsia nos Estados Unidos, porque possui associações com a extrema direita. Mas nem todas as mulheres que se descrevem assim aceitam essa associação.

Para Alena, ser uma esposa tradicional é "ser uma dona de casa que fica feliz em estar submissa ao marido". "Alguém disse uma vez que esse 'é o tipo de esposa que promoveu o Terceiro Reich', e eu não fazia ideia disso", disse ela.

Em junho, UOL TAB contou como este movimento está gerando dinheiro no Brasil.

São influenciadoras enquadradas no nicho de "casa e decoração" — mercado que movimenta em torno de R$ 4 bilhões por ano no Brasil, segundo levantamento da agência de influência de marketing Influency.me, feito a pedido do UOL.

Neste caso, as marcas investem em jovens que mostram nas redes sociais uma rotina de cuidados com o lar, o marido e os filhos, sem defender explicitamente que lugar de mulher é na cozinha.

Uma influencer com cerca de 500 mil visualizações por vídeo pode cobrar, de acordo com valores de mercado, até R$ 15 mil por publicidade.

Pesquisa da Influency.me mostrou que o sentimento em relação a posts com a hashtag #tradwife é positivo em 46% dos casos, negativo em 39% e neutro em 14%.

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