Topo
Entretenimento

Relatos de dopagem em carros de app não são raros; veja como se proteger

Sempre que se sentir desconfortável, peça para parar o carro. Descer antes do destino é direito do consumidor - Jackson David/Pixabay
Sempre que se sentir desconfortável, peça para parar o carro. Descer antes do destino é direito do consumidor Imagem: Jackson David/Pixabay
do UOL

Colaboração para Tilt, em São Paulo

22/07/2024 04h00

Os relatos de passageiras que sofreram tentativas de sequestro e estupro após serem dopadas em carros de aplicativos é uma constante nas redes sociais. As denúncias apontam dopping por spray, gás ou pano umedecido durante as viagens com motoristas de aplicativos.

Em maio de 2022, a empresária J.L., de 34 anos, denunciou um motorista que tentou drogá-la durante uma viagem no Rio de Janeiro.

A passageira começou a sentir uma pressão na cabeça e tontura após ouvir o barulho de um spray. Mas conseguiu deixar o carro a tempo após pedir para o motorista parar em um posto de combustíveis.

A cirurgiã-dentista L.N.*, 23 anos, também passou por uma situação parecida junto com três amigas, também no Rio de Janeiro. Ela contou que o motorista passou a borrifar um spray durante a viagem enquanto mudava as marchas.

Após perceber a atitude suspeita, ela orientou as amigas a abrir as janelas. O homem continuou a dispersar o produto, mas elas conseguiram chegar ao destino e a corrida foi finalizada.

Em outubro do mesmo ano, uma passageira alegou que um motorista também tentou dopá-la em Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre. O condutor ofereceu um produto que, supostamente, servia para desengordurar telas de celulares e óculos. Ela afirmou que começou a se sentir mal, mas conseguiu destravar a porta do veículo e sair.

Como se proteger?

A recomendação principal é que passageiras não aceitem qualquer tipo de produto químico, alimento ou outro serviço oferecido pelo condutor.

Caso perceba essa intenção, deve abrir a janela ou tentar descer do veículo. Pedir para o motorista parar é direito do consumidor.

A Polícia Militar também deve ser acionada, no telefone 190, ou é possível entrar em contato com o serviço de emergência dos próprios aplicativos. Os principais apps têm uma chamada de emergência para caso o passageiro precise.

No entanto, os cuidados começam antes de ingressar no veículo. É importante verificar se o nome do motorista e a placa do carro correspondem às informações fornecidas pelo app. Muitas plataformas também oferecem a opção de compartilhar a corrida e a opção de ligar para a polícia.

Também é importante que formalizar as denúncias com boletim de ocorrência. Só assim o Estado poderá punir o agressor.

Fontes: Matheus Herren Falivene, advogado e especialista em direito penal e direito penal econômico; Maria Luísa Dalla, especialista em segurança feminina.

*Com informações de matéria publicada em junho de 2022.

Entretenimento