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Prejuízo de apagão global fica na casa dos bilhões; mas quem paga a conta?

19.jul.2024 - Passageiros olham para um painel de informações no Aeroporto Internacional de Kempegowda após o apagão - REUTERS/Nandan Mandayam
19.jul.2024 - Passageiros olham para um painel de informações no Aeroporto Internacional de Kempegowda após o apagão Imagem: REUTERS/Nandan Mandayam
do UOL

Colaboração para UOL, em São Paulo

22/07/2024 11h55

Ainda é cedo para afirmar com exatidão o valor do prejuízo provocado pela paralisação tecnológica global da última sexta-feira (19). Mas o valor pode facilmente ultrapassar US$1 bilhão (o equivalente a R$5,58 bilhões de reais), segundo informou à CNN Patrick Anderson, CEO do Anderson Economic Group, uma firma especializada em estimar custos de interrupções dos negócios. Agora, resta a complexa pergunta de quem irá arcar com o prejuízo.

A empresa de cibersegurança CrowdStrike é quem esteve por trás do apagão, por uma falha na ferramentas CrowdStrike Falcon. Lançada em 2013, a plataforma busca impedir ataques hackers. O problema de sexta-feira estava relacionado a um erro na atualização do CrowdStrike.

O apagão resultou no cancelamento de mais de 5 mil voos comerciais em todo o mundo e também prejudicou o comércio e até hospitais.

A CrowdStrike irá arcar com o prejuízo?

Apesar de ter se desculpado, a CrowdStrike não mencionou se pretende prover compensação pelo problema. Especialistas disseram à CNN que haverá demanda por remuneração e até processos judiciais.

Entre os principais prejudicados estão as companhias aéreas. Elas tiveram perda de receita devido aos voos cancelados e custos excessivos de trabalho e combustível para os aviões que enfrentaram atrasos.

A CrowdStrike tem uma receita de US$ 4 bilhões (o equivalente a R$ 22 bilhões) ao ano. De acordo com o pesquisador do Centro para Estudos Estratégicos e Internacionais James Lewis, a empresa pode ter se protegido com instrumentos legais em seus contratos com os clientes, de forma a se blindar de responsabilidade,

À CNN, o especialista lembrou um caso em que a companhia de software SolarWinds foi favorecida em um caso judicial. Um juiz rejeitou as acusações da Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos contra a SolarWinds relacionadas a um hack russo nas agências do governo federal no final de 2020. Vale ressaltar que, nesse caso, a empresa enfrentava acusações apenas por não divulgar as vulnerabilidades de seu sistema a um hacker externo, e não por danos provocados pelas suas próprias ações.

A CrowdStrike pode perder clientes. O analista de tecnologia da companhia Wedbush Securities Dan Ives estima que 5% dos clientes podem procurar outras companhias. Entretanto, como mudar para os serviços de um concorrente envolve custos, essa não será a maior questão enfrentada pela CrowdStrike. O desafio mais significativo pode ser a dificuldade de encontrar novos clientes com uma reputação manchada.

Com informações da reportagem da CNN de julho de 2024.

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