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Praia soterrada por erupção do Vesúvio reabre ao público após 2.000 anos

Antiga praia de Herculano foi reaberta dentro do Parque Arqueológico de Herculano, na Itália  - Emanuele Antonio Minerva/Ministero della Cultura/Divulgação
Antiga praia de Herculano foi reaberta dentro do Parque Arqueológico de Herculano, na Itália Imagem: Emanuele Antonio Minerva/Ministero della Cultura/Divulgação
do UOL

Giovanna Arruda

Colaboração para o UOL

28/06/2024 04h01

Uma praia romana soterrada pela erupção do Monte Vesúvio há quase 2.000 anos foi reaberta ao público no parque arqueológico de Herculano, na Itália, na semana passada.

O que aconteceu

Erupção ocorreu no ano de 79 d.C e varreu Herculano e a vizinha Pompeia. À época, Herculano era uma área residencial de romanos ricos, enquanto Pompeia era considerada mais comercial.

Cidade foi descoberta em 1709 e passou por diversas etapas de escavação e restauração. A praia — hoje sem mar — foi reaberta depois de obras de conservação nos últimos anos, visando proporcionar aos visitantes a experiência de caminhar pelo local quase como era antes da erupção. "Os visitantes têm que descer por um túnel e é como se voltássemos dois mil anos e de repente você tivesse a praia", disse Francesco Sirano, diretor do parque arqueológico, num comunicado divulgado na inauguração do local.

Área da praia é conhecida por abrigar 330 esqueletos, maioria mulheres e crianças, descobertos durante escavações nas décadas de 1980 e 1990. Acredita-se que os mortos —o equivalente a 5% da população da antiga cidade— aguardavam ali um resgate pelo mar após a erupção do Vesúvio.

Esqueletos encontrados em Herculano, na Itália - Emanuele Antonio Minerva/Ministero della Cultura/Divulgação - Emanuele Antonio Minerva/Ministero della Cultura/Divulgação
Esqueletos encontrados em Herculano, na Itália
Imagem: Emanuele Antonio Minerva/Ministero della Cultura/Divulgação

A antiga praia tinha areia preta vulcânica, mas as autoridades decidiram não usá-la na reconstrução, para não causar problemas de acessibilidade. Em vez disso, foi usado um material escuro de cor semelhante para recriar a cena como ela teria parecido aos antigos residentes.

Segundo Sirano, o trabalho faz com que os visitantes consigam apreciar o local da mesma posição que os antigos povos romanos. "Se olharmos para onde o mar um dia esteve, nos tornamos exploradores modernos do imenso cobertor de lava que atingiu a cidade em poucas horas", detalhou ele, descrevendo a praia como "um lugar extraordinário e único no mundo".

Escavações e expedições continuam nas cidades. No início deste ano, arqueólogos anunciaram a descoberta de um salão de banquetes em Pompeia, decorado com afrescos de personagens mitológicos inspirados na Guerra de Troia. Em 2021, os especialistas encontraram os restos mortais de um homem entre 40 e 45 anos que foi encontrado com seus pertences e apelidado de "último fugitivo de Herculano".

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