Topo
Entretenimento

Detecção de Alzheimer e ajuda para cego 'ver': os 5 usos mais geniais da IA

do UOL

Ruam Oliveira

Colaboração para Tilt, de São Paulo

27/06/2024 04h05

Bem utilizadas, a inteligência artificial pode ajudar a produzir avanços incríveis para a humanidade.

Diogo Cortiz e Helton Simões Gomes, apresentadores do Deu Tilt, podcast do UOL para os humanos por trás das máquinas, reuniram os cinco usos mais geniais da IA. A dupla também listou os cinco erros mais idiotas que a humanidade já produziu com a IA.

5) IA cria criptografia sozinha

Três agente de IA - Alice, Bob e Eve - foram colocadas para interagir. Alice e Bob tinham a missão de conseguirem conversar de forma secreta, enquanto Eve tinha o desafio de interceptar a mensagem. Sem conhecimento prévio de tecnologias de métodos para embaralhar mensagens, Alice e Bob criaram uma criptografia própria.

Boa situação em que a IA conseguiu entender qual é a missão, se adaptar e criar uma solução para chegar até um objetivo final
Helton Simões Gomes

Aprendizado por reforço é uma das mais interessantes, porque consegue gerar coisas novas a partir do ambiente simulado, e não somente fazer um pastiche do conhecimento humano
Diogo Cortiz

4) IA escreve livro e compõe música

Apesar de haver uma linha tênue entre o uso preguiçoso da IA e aquele que valoriza a criatividade, esses dois artistas optaram pelo segundo caso. Durante o anúncio do Prêmio Akutagawa, um dos mais prestigiosos do país, a escritora japonesa Rie Kudan admitiu ter usado o ChatGPT para criar o romance vencedor. Aproximadamente 5% da obra teve mãozinha da IA.

A IA é uma ferramenta que a gente pode utilizar para expandir nossas habilidades, capacidades e criatividade. E ela usou de maneira correta
Diogo Cortiz

Outro caso de cocriação é o do produtor Alex Da Kid, que pediu ao Watson Bit, ferramenta de IA da IBM, para encontrar padrões em roteiros de filmes, conversas de redes sociais, artigos de jornal e músicas listadas pela Billboard durante cinco anos. Com o resultado, ele compôs a música "Not Easy"(Não é fácil, em tradução livre), gravada em parceria com X Ambassadors, Elle King e Wiz Khalifa.

O que ele queria compreender era a temperatura emocional da sociedade naquele momento. Com as músicas ele queria entender as tonalidades, ritmos e harmonias que mais caíam no gosto das pessoas
Helton Simões Gomes

3) Alinhamento com o campo da saúde

Um pesquisador usou IA para detectar a existência de pré-condições para o surgimento de Alzheimer. Atingiu índice de 90% de acurácia.

Matthew Leming, do Massachusetts General's Center for Systems Biology, nos EUA, submeteu um conjunto de tomografias cerebrais - de pessoas que tinham Alzheimer e de quem não tinha - à inteligência artificial. As máquinas detectaram que os portadores da condição apresentavam um padrão. Em seguida, Leming pediu que a IA analisasse 38 mil imagens de 11 mil pacientes de 5 hospitais. O percentual de acerto foi de 9 em cada 10.

Na área da saúde, a IA tem uma grande promessa e ela pode ajudar de verdade. Com essa quantidade de dados que a gente está gerando, os algoritmos nos permitem enxergar coisas que sozinhos não conseguimos
Diogo Cortiz

2) Desvendando as moléculas cruciais para a vida

O segundo colocado da lista é o AlphaFold 3, modelo de IA do Google DeepMind. O sistema é capaz de prever as estruturas e as interações de moléculas necessárias à vida com um grau surpreendente de acurácia. São proteínas, DNA, RNA e outras estruturas.

É uma coisa muito difícil porque são várias possibilidades dentro desse universo, mas, a partir do momento que você consegue entender esses padrões, será possível gerar mais dados e compreender o funcionamento de moléculas
Diogo Cortiz

Sem os resultados obtidos pelo AlphaFold 3, destaca Diogo, um ser humano levaria em torno de 50 para coletar e processar os dados necessários para a pesquisa.

1) Ajudando cegos a 'ver'

No topo da lista, está a tecnologia criada pela empresa "Be my eyes" (Seja meus olhos, em tradução livre), que usa IA para descrever o ambiente para pessoas com deficiência visual, desde cegos a indivíduos com baixa visão. Até então, as descrições eram feitas por voluntários, que se predispunham a descrever ambientes, roupas, objetos e animais. Mas isso mudou. A organização fechou parceria com a OpenAI, dona do Chat GPT, e passou a usar IA em seus processos.

A inteligência artificial tem que ter essa missão: melhorar a vida da sociedade. Isso é muito legal porque vai trazer vários critérios de acessibilidade, não só para pessoas com deficiência visual, mas para vários outros tipos de deficiência
Diogo Cortiz

O concurso de beleza mais bizarro do mundo

Já passaram pelo podcast influenciadores criados com IA que podem ser seu novo crush. Agora, esses seres digitais estão invadindo um novo território. O primeiro concurso de beleza exclusivo para pessoas já escolheu suas 10 finalistas. Foram 1,5 mil inscritas.

Cara, eu estou refletindo? Quais são os critérios? É muito no hype e eu acho que eles querem surfar nisso sem entender muito bem quais são as consequências disso. Eu vou de arrasta!
Diogo Cortiz

"Arrasta pra cima" é o quadro de Deu Tilt que trata a vida como se ela fosse uma rede social. Se gostou dá um like, se não gostou vai de arrasta pra cima. Há muitas bizarrices no concurso. Além das participantes, são personagens feitos com IA dois dos quatro juízes. Uma delas é a Aitana Lopez, modelo e influencer fitness que ganha em torno de R$ 166 mil por mês.

Além disso, todas as finalistas possuem um biotipo parecido: feições muito simétricas e até uma personalidade bem similar e entusiasmada. "Típico de quem nunca pagou um boleto", comentou Helton, que acrescentou outro problema.

Eu li o regulamento e não há em nenhum momento algo que diga que os modelos selecionados devem ser mulheres, mas todas as finalistas são mulheres. De cara tem um enviesamento muito misógino
Helton Simões Gomes

Passagem aérea fake e classe toda reprovada: os 5 erros mais idiotas da IA

O entusiasmo com a inteligência artificial fez muita gente achar que a tecnologia é a solução para todo e qualquer problema. Não é bem assim. Helton Simões Gomes e Diogo Cortiz listaram os cinco erros mais idiotas de seres humanos usando IA:

  1. Liberando código secreto
  2. Reinventando a história com IA
  3. Equívocos do tamanho da ciência
  4. ChatGPT dedo-duro
  5. Robô vende tudo

DEU TILT

Toda semana, Diogo Cortiz e Helton Simões Gomes conversam sobre as tecnologias que movimentam os humanos por trás das máquinas. O programa é publicado às terças-feiras no YouTube do UOL e nas plataformas de áudio. Assista ao episódio da semana completo.

Entretenimento