Renda extra: Fãs de K-pop competem com ambulantes na entrada do show do IVE
É normal que alguns fãs de K-pop, a música pop coreana, criem produtos para vender para outros fãs. Mas no show do grupo feminino IVE, no Espaço Unimed, em São Paulo, nesta quarta (26), foram tantos que chegaram a competir com os vendedores ambulantes.
O que aconteceu?
O grupo IVE, um dos mais populares do estilo k-pop e formado só por meninas, fez show único na capital paulista. Essa é a primeira turnê mundial do sexteto vocal.
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Dezenas de fãs do estilo e do grupo estiveram na entrada do Espaço Unimed com ofertas de produtos, como chaveiros, tiaras, fotos e outros tipos de memorabilia. Essa venda de coisas "fan-made" é uma prática bem comum entre os k-popers.
Ao lado dessas lojinhas, ambulantes disputavam espaço tentando vender copos, camisetas e outros produtos não-oficiais. Acabaram na maior parte do tempo ignorados pela público que aguardava por horas na fila.
É que os fãs de k-pop preferem consumir o que os próprios fãs criam. Além, é claro, do merchandising oficial, vendido apenas no interior do espaço de shows.
Ana Beatriz, 18, já foi em muitos shows de K-pop e não é fã do IVE, mas curte muito as músicas. "Resolvi vir de última hora" disse.
Ela também tem lojinha e foi com a prima, que a ajuda a vender as coisas. Elas ficam trocando turnos e faturam um dinheiro com pulseiras, chaveiros, tudo "fan-made".
A prima, Amanda, 27, na verdade só foi vender. Ela é bióloga e, no tempo livre, trabalha na própria loja, a Kapapilio.
Ela veio de Curitiba e é k-poper desde 2013. O grupo favorito dela é de BTS, e ela não vai nem mesmo assistir ao show.
Maiara, 25, e Vitoria, 27, ambas de São Paulo, têm um lojinha há um tempo, a Tangerina Cósmica. Há dois anos elas vendem e tiram um bom dinheiro nos eventos.
Maiara é designer, e Vitoria trabalha com moda. "Alguns shows conseguimos vender muito, em outros menos, esse tá com movimento okay. Fazemos tudo à mão, em biscuit e com acrílico sustentável, para não gerar lixo", explicam.
Já Regina, 22, também da capital, vende photocards e chaveiros. "Tive a ideia junto com uma amiga de fazer a loja, depois de ir ao show do P1HARMONY. Pensamos: ' Por que não fazer dinheiro com isso também?'. E começamos."
Dá para fazer um dinheiro okay. Somos três ao total e nos dividimos nas tarefas. Regina, 22, dona de loja de k-pop
De volta para o K-pop
Paloma, 33, é dona da Pier Fan Store, que é bem conhecida no Instagram. Ela vende e vai aos shows: "A venda é revertida ao artista", explica, rindo
Ela chega cedo, às 9h da manhã, e consegue faturar um bom dinheiro. Paloma começou com a loja on-line. Formada em administração e publicidade além de designer, ela cria tudo: credenciais, adesivos...
Eu quase tô largando o design pra fazer só isso, tá valendo a pena. Paloma, 33, dona da Pier Fan Store
Mas, entre os vendedores, há quem nem seja fã, como é o caso de Giovana, 22, e Vitória 22. Elas se conheceram na fila e são estudantes de direito e de biomedicina respectivamente. "Não somos fãs do grupo, mas vamos aos shows vender nossos produtos, estamos desde as 9h aqui."