'Treta de botequim': Quem são comentaristas da JP que irritaram Constantino
A semana de Rodrigo Constantino, comentarista da Jovem Pan News, foi marcada por desentendimentos ao vivo na emissora. Ele protagonizou discussões com os colegas Leonardo Grandini e Cesar Calejon.
Sem longas carreiras na TV, os dois se destacaram pelos contrapontos aos argumentos de Constantino durante edições diferentes do "3 em 1", um dos programas de debate da emissora.
Na última terça-feira (15), Rodrigo abandonou a atração da Jovem Pan News após ser chamado de "puxa-saco de presidente da República" durante análise de Grandini sobre Jair Bolsonaro (PL).
A discussão com Cesar Calejon aconteceu no dia anterior. Antes de ser afastado da programação da emissora, o jornalista destacou ser fácil Constantino incentivar manifestações antidemocráticas por estar "confortável" morando nos EUA.
Em seu canal no YouTube, Rodrigo Constantino anunciou durante a quinta-feira (17) que não aceitaria participar do programa "3 em 1" com a presença dos dois comentaristas.
"Eu cansei de ser usado para atrair audiência, já que mais de 90% querem ouvir as minhas análises, e ficar dividindo isso com quem busca surfar no nosso nome ou buscar treta de botequim", disse o economista.
Escritor e crítico de Bolsonaro
Cesar Calejon se especializou em Relações Internacionais pela FGV (Fundação Getúlio Vargas). Ele é mestrando em "Mudança Social e Participação Política" pela USP (Universidade de São Paulo), segundo a revista Carta Capital.
O comentarista da Jovem Pan também é autor de dois livros: "A Ascensão do Bolsonarismo no Brasil do Século 21" e "Tempestade Perfeita: o bolsonarismo e a sindemia covid-19 no Brasil".
Após trabalhar em quatro diferentes agências de comunicação entre 2009 e 2017, o jornalista passou a escrever artigos para a coluna "Entendendo Bolsonaro", do UOL Notícias, antes de estrear na Jovem Pan como comentarista de TV.
Cesar Calejon tem viralizado nas redes sociais com embates com comentaristas apoiadores do atual presidente. Ele, inclusive, foi chamado de "exterminador de bolsominions" em publicações por corrigir discursos de colegas.
"Eu nunca fui contratado pela Jovem Pan. Eles me convidaram para participar de programas durante este ano: o 'Morning Show', o 'Linha de Frente' e o 'Opinião'. Estávamos estabelecendo conversas para, possivelmente, estabelecer um contrato", contou em conversa com Splash.
Cesar conta que a possibilidade de permanecer no quadro fixo de comentaristas da emissora foi reforçada por parte da direção mesmo após a discussão com Constantino, mas tudo mudou após o desgaste do economista com Leonardo Grandini no dia seguinte.
"Eu recebi uma ligação. Essa pessoa disse que o trabalho estava maravilhoso, os números estavam ótimos, mas aconteceu 'aquela situação' e a gente sabe como as coisas funcionam", completou sobre o afastamento de programas da JP.
Leonardo Grandini e a carreira política
Cursando a faculdade de direito na Universidade Presbiteriana Mackenzie, Leonardo Grandini, 22, trabalhou como estagiário jurídico na Assembleia Legislativa e na Câmara Municipal da capital paulista, segundo informações do perfil do comentarista no LinkedIn.
Em 2020, Grandini se candidatou ao cargo de vereador em São Paulo pelo PSD (Partido Social Democrático), mas encerrou o pleito com apenas 319 votos.
Segundo dados publicados pelo jornal O Estado de S. Paulo, o então candidato definiu como ocupação "estudante, bolsista, estagiário e assemelhados" nas informações cedidas ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
A página de Leonardo Grandini no Instagram aponta que ele trabalha há apenas dois meses como comentarista da Jovem Pan, mas o jovem acumula participações anteriores no programa "Linha de Frente".
Após constantes críticas ao governo de Jair Bolsonaro, o comentarista admitiu ser filiado ao PT, mas denunciou ameaças do partido após repudiar uma suposta "censura" do TSE à Jovem Pan durante as eleições presidenciais.
Grandini ainda não se manifestou após a discussão com Constantino na Jovem Pan.