Topo
Entretenimento

Comentarista da JP, Zoe Martínez aprendeu a usar papel higiênico no Brasil

Zoe Martínez segurou o choro durante transmissão da Jovem Pan - Reprodução/ Instagram
Zoe Martínez segurou o choro durante transmissão da Jovem Pan Imagem: Reprodução/ Instagram
do UOL

De Splash, em São Paulo

01/11/2022 18h26

A comentarista da Jovem Pan Zoe Martínez virou assunto na internet depois que precisou segurar o choro durante a cobertura das eleições. A cubana falou sobre a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o presidente eleito.

Na ocasião, Martínez tinha retornado de um afastamento de dez dias da emissora depois de decisões do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). A Jovem Pan foi obrigada a dizer que o então candidato do PT é inocente dos crimes que foi acusado ao longo dos últimos anos.

Nascida em Cuba, Martínez é uma voz ativa contra o governo cubano. Em diversas ocasiões a jovem de 23 anos falou sobre como era a vida no país em que nasceu.

Em entrevista à Cíntia Chagas, a jovem chegou a dizer que aprendeu a usar papel higiênico quando chegou no Brasil, aos 12 anos.

"Eu cheguei no Brasil e eu não sabia usar papel higiênico, eu não sabia. Eu cheguei na casa de uns parentes do meu pai e só tinha papel higiênico. Eu me irritei com a minha mãe e falei: 'Poxa, eu falei que eu queria jornal', porque eu não sabia usar papel higiênico, porque em Cuba não tem", disse.

"Tem nas lojas em dólar, que pouquíssimas pessoas têm acesso. E os que têm na loja em dólar, são aqueles de uma folha, que raspa."

Segundo Martínez conta, seu pai era engenheiro e ocupava um cargo alto de uma estatal de Cuba. Em 2005, ele foi sozinho ao Brasil a convite de uma irmã que já morava no país. Seu visto era de três meses e, quando expirou, ficou ilegal até conseguir asilo político.

Quatro anos depois, ele conseguiu que a mãe de Zoe também saísse de Cuba, mas a menina, ainda uma criança, e sua irmã mais nova não vieram, que ficaram com os avós no país. Apenas quando a mãe engravidou, as duas conseguiram se mudar para o Brasil.

Ao Brasil Paralelo, a cubana diz que "sempre foi do contra e batia de frente com os professores". Segundo ela, uma das primeiras vezes em que entrou em um conflito aconteceu quando tinha sete anos e não concordou com o pedido de uma professora a favor da ditadura do país.

Já com 16 anos, morando no Brasil, Zoe Martínez se irritou com uma professora de geografia do Ensino Médio que disse que o sonho era viver em Cuba. Para extravasar sua raiva, gravou um vídeo falando sobre o caso e publicou no YouTube.

"Como sou uma pessoa que viveu lá, fui vítima disso, minha família foi vítima disso, vivi isso na pele, não tem como eu acreditar nesse sistema. Se eu fosse de esquerda, meus pais me mandariam de volta para Cuba. Meu pai é totalmente de direita", falou ao lembrar o ocorrido.

Seu depoimento viralizou na internet e chegou até nomes conhecidos do conservadorismo brasileiro, como Olavo de Carvalho. "Ele o primeiro conservador a fazer contato comigo. Foi ele quem me apresentou Alan dos Santos e a Bia Kicis."

Em seu canal de YouTube, que conta com mais de 426 mil seguidores, Martínez fala sobre pautas conservadoras, a vida em Cuba e críticas à esquerda. "Meu caminho é alertar as pessoas sobre o que eu passo e ainda vivo."

Já no Instagram, com 999 mil seguidores, a comentarista publica fotos de seu cotidiano e do trabalho no "Morning Show", da Jovem Pan. Durante as eleições, ela não poupou esforços para demonstrar apoio ao candidato Jair Bolsonaro (PL), que não conseguiu se reeleger.

Entretenimento