Matador em 'Pantanal', ator de Solano abre o jogo: 'Será difícil perdoá-lo'
"Pantanal" ganha uma adição importante ao elenco entrando em sua reta final. A novela conta a partir desta semana com Solano, papel do ator Rafa Sieg. Contratado por Tenório (Murilo Benício) para executar suas vinganças, o matador terá um papel fundamental na resolução do arco do fazendeiro com duas famílias.
Para o ator, entrar para o elenco do folhetim a esta altura traz um adicional de expectativas, ainda mais com um personagem que promete despertar fortes emoções.
"A estreia de um trabalho por si só gera ansiedade. Entrar em uma novela como esta, que é um sucesso, com um elenco que não é tão grande, a minha sensação foi de chegar em um time que joga junto há muito tempo, e eu não podia deixar a bola cair. Mas todo mundo me recebeu de braços abertos, de forma muito generosa."
O ator que já foi visto no cinema em filmes como "Alaska" (2019), "Disforia" (2020) e "Raia 4" (2021), e estará no drama espírita "Nosso Lar 2", começou a filmar suas cenas na novela em maio deste ano, e conta que seu processo de adaptação precisou ser rápido.
"Foi na prática. Eu havia recebido o convite para fazer uma viagem dentro de 15 ou 20 dias. Demorei um pouco para receber os capítulos, o que é normal, e fui estudando o personagem", explica, ao recordar que precisou transitar entre dois personagens bastante diferente.
"Eu estava filmando um longa espírita ambientado na década de 40; terminei de rodar num sábado à noite e no domingo de manhã estava em um avião para Campo Grande. Depois, foram mais sete horas de caminhonete Pantanal adentro, abrindo porteira. Foi a viagem que me preparou", reflete.
Chegou para dar trabalho
Solano chega na novela como um matador contratado por Tenório para acabar com a família de José Leôncio (Marcos Palmeira) e com Maria Bruaca (Isabel Teixeira). A vingança deve começar pelos filhos do "Rei do Gado", e o primeiro atingido é José Lucas (Irandhir Santos).
No entanto, as coisas saem do controle e culminam em uma tragédia. Quem morre é Roberto (Cauê Campos), filho de Tenório e Zuleica (Aline Borges).
Posteriormente, isso cria um sentimento de culpa no grileiro, que se considera responsável indireto pela morte do próprio filho. O final de Solano, futuramente, também promete ser catastrófico.
Na trama original, Roberto morre engolido por uma sucuri. Na versão atual, para fugir de mitos, a causa foi substituída, e ele é sacrificado em um confronto com Solano que acontece dentro do rio.
"Vai ser difícil perdoá-lo, porque logo na sequência ele já mata o garoto, que é adorado por todos", opina Sieg.
"Mas eu nunca penso no personagem de uma maneira chapada. Ele é um vilão, mas o que está no roteiro e o que o Gustavo [Fernandez, diretor] me pediu era para construir o personagem como uma pessoa humilde, atrás de um emprego."
O ator conta ainda que tomou a liberdade de imaginar uma história prévia para Solano, para ajudar na construção do personagem e na sua maneira de se conectar ao mesmo.
"Eu construí algumas circunstâncias para criar ou justificar camadas. Como é que esse camarada foi parar nesse lugar, de ser um matador profissional? Eu construí a história de onde eu estava quando o Tenório chegou até mim. Isso não estava no roteiro. Meio que compus para mim que seria bom sair de onde eu estava para dentro do Pantanal, como se eu tivesse cometido um outro crime recentemente."
A morte de Roberto
Sieg explica que gravar a cena da morte de Roberto foi desafiador e complexo. O embate entre os dois acontece dentro do rio, e o garoto acaba morrendo afogado. Para manter uma conexão com o texto original de Benedito Ruy Barbosa, a presença da sucuri na cena é primordial para a tragédia.
"A cena especificamente foi muito difícil. Quando isso acontece, eu conto para a família uma lorota, eu chego apavorado na casa e digo que ele foi atacado por uma sucuri. Fizemos essa parte primeiro", narra Sieg.
"Depois, fomos fazer a cena da morte de fato. Estávamos em um barco, em um ambiente controlado. Era um lago profundo, e eu me assusto com a presença da sucuri. Na cena, nós temos um diálogo que vai ficando estranho e eu percebo que terei que fazer uma coisa que não queria. Só que, antes disso, aparece a sucuri."
Para o ator, a luta pela sobrevivência no momento em que seu personagem cai no rio mistura ficção e realidade. "As coisas se misturam mesmo. Eu caí na água, com roupa, botas, o negócio começa a pesar e eu preciso sair dali. E nisso, eu enxergo a oportunidade de matá-lo, resolver um problema e criar outro. Foi intenso, mas a cena imprime algo vibrante, porque tudo é feito com muita dedicação e muito cuidado."