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Discurso final de Rutger Hauer em Blade Runner é um dos mais icônicos do cinema

Ruger Hauer vive Roy Batty em Blade Runner: O Caçador de Androides - Divulgação/IMDb
Ruger Hauer vive Roy Batty em Blade Runner: O Caçador de Androides Imagem: Divulgação/IMDb
do UOL

Caio Coletti

Do UOL, em São Paulo

24/07/2019 16h07

O ator holandês Rutger Hauer, cuja morte aos 75 anos foi noticiada hoje, estrelou muitos momentos inesquecíveis na história do cinema. Um dos mais marcantes, no entanto, é indiscutivelmente o monólogo final do seu Roy Batty, o vilão do filme Blade Runner: O Caçador de Androides (1982).

Durante o filme, Batty e seu grupo de androides foragidos são caçados por Rick Deckard (Harrison Ford). No futuro distópico imaginado por Philip K. Dick, que escreveu o livro em que Blade Runner foi inspirado, os robôs se tornaram tão avançados que é impossível distingui-los dos humanos, ganhando a alcunha de "replicantes".

Após um confronto final entre os dois, Roy salva a vida de Deckard, impedindo que ele caia do telhado de um prédio. Enquanto o caçador de androides o observa, o personagem de Hauer, que foi "programado" para durar um intervalo determinado de tempo e está se aproximando do final deste período, diz as falas que ficariam marcadas para sempre na mente dos fãs.

Eu vi coisas que vocês, humanos, nem iriam acreditar. Naves de ataque pegando fogo na constelação de Órion. Vi Raios-C resplandecendo no escuro perto do Portão de Tannhäuser. Todos esses momentos ficarão perdidos no tempo, como lágrimas na chuva. Hora de morrer.

No documentário Dangerous Days: Making Blade Runner, lançado em 2007, foi revelado que o próprio Hauer foi o responsável pela versão final do discurso. O ator holandês cortou várias frases do texto original do roteirista David Peoples, e adicionou o trecho que faz referência a "lágrimas na chuva".

Descrevendo sua decisão de modificar o discurso sem avisar ninguém (nem mesmo o diretor Ridley Scott), Hauer comentou que o texto original era "como um trecho de ópera", e que "não combinava com o restante do filme".

"Para mim, as falas finais tinham que deixar claro que Roy queria deixar uma marca de sua existência na Terra... Na sua última cena, o replicante, ao morrer, mostra para Deckard o que significa ser um humano de verdade", definiu o ator.

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