Cidades criam esquema especial de combate a assédio no Carnaval
O cerco vai fechar ainda mais para homem assediador neste Carnaval. Primeiro por causa da lei que tipifica o assédio como crime de importunação sexual. Mão boba e beijo forçado, por exemplo, além de não terem graça nem fofura, podem dar de um a cinco anos de prisão.
Além disso, com o objetivo de fiscalizar e prender os assediadores, quatro dos maiores Carnavais do Brasil criaram ações especiais -que vão de postos de atendimentos volantes a campanhas de conscientização nos blocos, nos eventos e também nos transportes públicos. A ideia é também acolher e orientar as vítimas de assédio com uma boa estrutura.
Confira, abaixo, as iniciativas:
São Paulo
No Carnaval paulistano, as mulheres terão apoio de um ônibus lilás, que estará estacionado na dispersão de megablocos (incluindo o pré-Carnaval). A ação #CarnavalSemAssédio conta com uma equipe de 25 voluntários, incluindo psicólogos e assistentes sociais. Eles darão atendimento inicial às vítimas de assédios ou de violência de gênero.
Outra ação, volante, será feita pelos Anjos do Carnaval, grupo que vai circular nos blocos para identificar ocorrências e oferecer encaminhamento ao ônibus, que, pelo segundo ano, atende mulheres durante os eventos de Carnaval (em 2018, foram 1.051 atendimentos). Os voluntários vão distribuir adesivos da campanha Não É Não, contra o assédio, que acontece também no Rio de Janeiro e em Olinda.
Belo Horizonte
As ações em Belo Horizonte contam com reforço das agentes femininas da Guarda Municipal e da BHTrans (Empresa de Transportes e Trânsito), que vão embarcar no metrô e distribuir apitos para as mulheres, além de conscientizá-las com relação aos meios de denunciar agressão e assédio.
A Delegacia da Mulher, na capital, também terá uma unidade móvel, nos blocos e nas festas, para agilizar os registros de ocorrências.
Recife
Na capital pernambucana, a prefeitura preparou um esquema especial na Central do Carnaval -polo de serviços montado no Bairro do Recife. No local, haverá um posto do Centro de Referência Clarice Lispector e um disque-orientação, chamado de "Liga, Mulher", no 0800-281-0107.
A equipe formada por psicólogas e assistentes sociais vai receber vítimas de assédio ou de atitudes violentas durante os dias de folia. Os atendimentos acontecem em todos os dias de festa, das 18h às 2h.
A secretaria da Mulher ainda vai colocar nas ruas a Brigada Maria da Penha, com grupos itinerantes que passarão pelos principais pontos da festa, distribuindo material informativo de prevenção ao feminicídio e divulgando os serviços contra a violência de gênero.
Salvador
A cidade criou um Observatório da Violência para fiscalizar os eventos e identificar os agressores. A prefeitura vai espalhar o grupo em vários polos do Carnaval e também receberá denúncias pelo WhatsApp: (71) 98622-5494.