"Parei nos anos 90! Não tenho nem WhatsApp", diz Alexandre Borges
Quando recebeu o convite para fazer parte do elenco da novela "Verão 90", que estreia nesta terça-feira (29), Alexandre Borges não pensou duas vezes em aceitar o chamado do diretor Jorge Fernando. Comemorando 25 anos de TV Globo, o ator assume ser uma pessoa nostálgica, principalmente com relação à década em que será ambientada a trama.
"Eu vivi intensamente esse período. Tive muitos fatos importantes na minha vida como o casamento com a Julia [Lemmertz] e também consegui dar um 'start' na carreira, com as coisas acontecendo no teatro, no cinema e na própria televisão. Fui muito feliz ", lembra Borges, que diz sentir saudades de um das formas mais singelas de contato entre os fãs e os artistas.
"Eu sinto falta das cartinhas e elas não existem mais. Esse contato direto entre o fã e artista era bacana, rolava emoção. Hoje, tudo é mais moderno, mais tecnológico e para mim tem que ser uma coisa mais simples", conta o ator, que afirma ser pouco afeito às tecnologias atuais.
"Parei nos anos 90! Não tenho WhatsApp nem redes sociais e mesmo achando incrível toda essa tecnologia, sou um ator e um ator vive do concreto, do real, do olho no olho, do momento. Sou homem de mais olho no olho".
Perto de completar 53 anos, no dia 23 de fevereiro, Alexandre Borges diz que não atravessa nenhuma crise sobre a idade. Pelo contrário. "Estou adorando os meus 50. Ver meu filho fazendo faculdade de jornalismo, ter o privilégio de ter meu pais vivos, poder trabalhar", enumera.
Na trama de Isabel de Oliveira e Paula Amaral, ele interpreta Quinzão, um rico empresário dono de uma boate, uma revista e um hotel. Casado com Mercedes (Totia Meireles), ostenta uma boa vida na alta sociedade carioca, mas é um "fanfarrão e mulherengo", como descreve o perfil do personagem.
"Eles formam um casal da noite. São donos de uma revista, uma boate, um hotel e eles meio que representam essa alegria, essa descontração e esse entretenimento da época. No meio deles, circulam muitas pessoas bonitas e o Quinzão é um cara que não tem muito pudor de achar uma mulher bonita, conhecer melhor e ter um papo", define o ator.
"Acho que a gente vai enxergar um pouco de uma maneira bem humorada os limites de ser um homem nos anos 90 e um homem de 2019".
Sem querer entrar em polêmicas, o ator explica como vê as diferenças entre as duas épocas para os homens na hora da paquera.
"[As duas épocas] têm seus códigos e limites. Independente de qualquer década, sempre existiu para as pessoas o mínimo de bom senso e o respeito. Você sabia até onde você poderia ir de acordo com a sua educação. Acredito que nos dias de hoje as coisas estão mais definidas para todo mundo".