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Nos 50 anos da Mônica, Mauricio de Sousa critica onda do politicamente correto: 'Tá cheio de patrulheiro por aí'

26.fev.2013 - Maurício de Souza e a filha Mônica participam do lançamento de exposição sobre os 50 anos da personagem no Memorial da América Latina, em São Paulo - Márcio Padrão/BOL
26.fev.2013 - Maurício de Souza e a filha Mônica participam do lançamento de exposição sobre os 50 anos da personagem no Memorial da América Latina, em São Paulo Imagem: Márcio Padrão/BOL

Márcio Padrão

do BOL, em São Paulo

26/02/2013 12h18Atualizada em 26/02/2013 16h02

A personagem mais popular dos quadrinhos brasileiros está prestes a completar 50 anos de criação (no dia 3 de março) e ganhou uma programação à altura de sua importância. Com exposições, revistas, espetáculos e produtos licenciados, Mônica recebeu a merecida atenção de seu criador, Mauricio de Sousa, que lançou a programação nesta terça (26), no Memorial da América Latina, em São Paulo.

O Memorial recebe o primeiro grande evento da Mônica em 2013, a exposição "Sansão Também Faz 50 Anos", sobre o coelho de pelúcia da Mônica, com desenhos de diversos artistas brasileiros. A mostra será aberta ao público nesta terça e vai até 21 de abril.

Outras atrações da programação serão a reformulação do site da Mônica, um desenho especial para o canal Cartoon Network em setembro, a remontagem da peça "Mônica e Cebolinha no Mundo de Romeu e Julieta"; o espetáculo "Mônica Mundi – Uma Volta ao Mundo com a Turma da Mônica", que estreará no Rio de Janeiro, no dia 3 de março, dia do aniversário da personagem; a exposição "Mônica 50 anos" com desenhos, animações e esculturas, em São Paulo; e a revista "Mônica" nº 75 com capa metalizada.

Sucesso também como produto de licenciamento e multimídia, Mônica ainda renderá o relançamento de antigos brinquedos; uma linha de produtos retrô; o lançamento do Sansão amarelo, que remete à primeira versão do coelho de pelúcia; um desfile de moda com a Apoena (marca coletiva de moda com artesãs de Brasília); e um projeto especial com os Correios, com 12 selos postais que retratarão a evolução da personagem, selos de Natal e aerogramas (um tipo de carta especial). 

 

MÔNICA X POLITICAMENTE CORRETO

"Tenho dito que mulher quando chega, toma conta", brinca Mauricio, sobre o sucesso da menina. "Quando se cria uma personagem, você não mede o que vai acontecer, então foi o público que exigia cada vez mais a presença dela". A personagem surgiu depois de outras criações de Maurício para tiras de jornais, como Bidu, Franjinha e Cebolinha, mas sua fama cresceu tanto que quando as tiras migraram para as revistas, em 1970, Mônica foi a escolhida para "chefiar" a turma. 

Ao responder sobre a restauração de um antigo desenho da turma, "Feliz Natal para Todos", Mauricio cita a atual onda do politicamente correto como um empecilho, pois em algumas cenas os personagens tomam atitudes que seriam criticadas pelos pais de hoje, como subir em um telhado. "Às vezes o politicamente correto é tocado a ferro e fogo, tá cheio de patrulheiro por aí", lamenta o quadrinista e empresário.

Ao lado do pai na coletiva, Mônica Sousa falou sobre a influência da personagem em sua vida. "Quando tinha cinco anos, fui com ele no programa de Hebe e ali senti que havia algo diferente. Mas só na escola me dei conta que eu fui a inspiração. Na pré-adolescência eu não gostava, porque ela me lembrava todo dia do que eu era antes, mas depois aceitei", conta.

Maurício também confirmou que pretende lançar uma linha de revistas da Mônica adulta, onde ela deve envelhecer e ter filhos, além de cogitar personagens baseados em seus netos, a pedido da filha Mônica.

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