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Entenda como as tarifas de Trump foram calculadas

Asdrúbal Figueiró

do UOL

03/04/2025 14h08

Esqueça as explicações sofisticadas ou contas mirabolantes envolvendo reciprocidade de tarifas, alíquotas de imposto de importação e barreiras não alfandegárias. Ou negociações diplomáticas.

As tarifas anunciadas ontem por Donald Trump foram calculadas com base em uma conta simples.

O método foi revelado em um documento publicado ontem pelo Escritório do Representante Comercial dos EUA (USTR, na sigla em inglês), uma agência subordinada diretamente a Trump.

Resumindo, para dar um número ao valor da barreira comercial que cada país imporia aos EUA, o USTR tomou o déficit comercial dos EUA com esse país no ano passado e dividiu o número pelo valor das importações.

No caso da China, por exemplo, os EUA tiveram um déficit de US$ 295 bilhões, e as importações americanas da China somaram US$ 438 bilhões em 2024. O resultado da divisão do déficit pelo total das importações é 0,673, ou 67,3%.

Foi esse número, arredondado para 67%, que apareceu na coluna da esquerda no pôster exibido ontem por Trump. Ele representa, na visão de Trump, o valor da barreira comercial que os produtos americanos enfrentam. A alíquota da tarifa americana de reciprocidade foi calculada dividindo esse resultado por dois - 33,5% arredondado para 34% no exemplo chinês.

O USTR também calculou a média do déficit dos EUA com todos os países do mundo. Nesse caso, o resultado foi 20%.

É daí que surgiu a tarifa mínima de 10%, aplicada a países com quem os EUA não têm déficit, como o Brasil.

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