EUA: ordem executiva não explica tarifa ao Brasil, mas cita país duas vezes

A ordem executiva do governo americano publicada no começo da noite de hoje com o tarifaço anunciado pelo presidente Donald Trump não traz detalhes sobre quais produtos serão taxados e como vai funcionar a "tarifa média" cobrada aos países, entre eles o Brasil, taxado em 10%. O país, no entanto, é citado duas vezes no documento.
O que aconteceu
Trump fez anúncio das tarifas recíprocas na tarde de hoje em Washington. Em uma tabela, governo americano apresentou uma suposta média da taxa de importação cobrada por 50 países do mundo aos produtos americanos, e listou o quanto passará a ser cobrado de cada um deles pelos EUA. O Brasil aparece com média de 10%, e será taxado em 10%, ainda que o cálculo seja duvidoso, como especialistas analisaram ao UOL.
Cerca de 40 minutos depois do fim do discurso, ordem executiva foi publicada no site da Casa Branca. Documento, que poderia esclarecer várias dúvidas, não traz detalhes sobre como a taxação será feita, nem como fica situação do aço e alumínio, por exemplo, que foram taxados em 25% desde 12 de março, e que poderiam, em teoria, ter alíquotas alteradas.
Brasil é citado apenas duas vezes no texto, em trechos próximos. Um deles é sobre a taxação brasileira ao etanol importado dos Estados Unidos, repetido diversas vezes por Trump. "Enquanto EUA cobram 2,5% de taxa, Brasil cobra 18%".
Outra citação é sobre a média de tarifas cobradas pelos países integrantes da OMC (Organização Mundial do Comércio). O texto assinado por Trump diz que, "enquanto os países concordaram em vincular as tarifas com base na nação mais favorecida e, assim, fornecer suas melhores tarifas a todos os membros da OMC, eles não concordaram em vincular suas tarifas a níveis igualmente baixos ou aplicar tarifas em uma base recíproca". O Brasil, citado como "um dos muitos parceiros comerciais", cobra, em média, tarifas de 11,2%.
Tarifaço começa a valer a partir de 0h01 de sábado. Argumento de Trump para a decisão é para "recuperar" a balança comercial dos Estados Unidos, e conseguir "trilhões e trilhões" de dólares para a economia.