Haddad defende tributação dos super-ricos durante evento em Paris

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu nesta segunda-feira (31), na França, a tributação dos super-ricos, como foi aprovada na declaração final da Cúpula do G20 no Rio de Janeiro, no ano passado. Segundo ele, trata-se de "um imperativo moral diante do avanço das oligarquias dentro das democracias".
O que aconteceu
Haddad participou de uma conferência na universidade Sciences Po, em Paris. O encontro faz uma avaliação dos dez anos do Acordo de Paris. Segundo o ministro, França e o Brasil "mostraram o caminho da coordenação Norte-Sul que pode ajudar o sistema internacional a sair do impasse" quando trabalharam para a aprovação da menção à tributação dos super-ricos na carta final do G-20.
O Brasil precisou reorientar suas políticas ambientais. Segundo Haddad, esse passo só foi alcançado pela retomada do protagonismo ambiental internacional do Brasil, processo iniciado com a implantação do Plano de Transformação Ecológica do governo brasileiro, em 2023, que credenciou o país a voltar a participar do debate global sobre as mudanças climáticas.
O Plano de Transformação Ecológica fortaleceu as credenciais brasileiras para participar de maneira audaz nos debates globais e defender uma nova Governança na Era do Clima que chamamos de 're-globalização sustentável' no G20, Fernando Haddad, ministro da Fazenda
O encontro foi moderado pelo filósofo ambiental Pierre Charbonnier e pela economista e negociadora-chefe do acordo, Laurence Tubiana. Em novembro, no G20 Social, no Rio de Janeiro, Tubiana expressou preocupação com a preservação do Acordo de Paris após a eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos.
"O Brasil tem o potencial de liderar pelo exemplo, promovendo uma agenda climática inclusiva e focada na implementação de soluções concretas. Só assim a COP-30 entrará na história como a COP da implementação", disse Haddad.
Visita pavimenta terreno para Lula. A viagem tem como objetivo restaurar o diálogo econômico entre o Brasil e a França, concentrado nos ministérios da área, e preparar a viagem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fará ao país em junho. Ela é pautada em três eixos:
Cooperação multilateral, arquitetura financeira internacional, reforma do G20;
Transformações ecológicas e sustentabilidade financeira
Complementaridade entre setores econômicos no Brasil e na França.