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Haddad: 'Brasil tem posição privilegiada para resistir à guerra comercial'

Mateus Bonomia/Agif/Estadão Conteúdo
Imagem: Mateus Bonomia/Agif/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo (SP)

30/03/2025 16h07

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o Brasil ocupa "posição privilegiada" para enfrentar a guerra comercial travada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

O que aconteceu

Haddad vê Brasil preparado para resistir à guerra comercial. Em entrevista concedida ao jornal Financial Times, o ministro citou o vínculo nacional com os três grandes blocos econômicos do mundo como aliado. "O Brasil está em uma situação privilegiada", garantiu ele, que chega à França amanhã para abordar as relações comerciais com os europeus.

EUA criticam taxas cobradas pelo Brasil sobre os produtos. Mesmo citado nominalmente pela Casa Branca, o Brasil ainda não foi alvo de medidas exclusivas de Donald Trump. Haddad diz que o movimento reflete o superávit norte-americano de US$ 7,4 bilhões na balança comercial com os brasileiros. Ele menciona ainda que há isenções para produtos específicos originados nos EUA.

Ministro destaca negociações com China e Estados Unidos. Haddad disse não ver "nenhuma chance" de escolher um lado entre os principais parceiros comerciais do Brasil. Durante a entrevista, ele ressaltou o "excelente relacionamento bilateral" com os asiáticos e a "parceria histórica" com os EUA.

Lula "trabalhou duro" por acordo entre Mercosul e UE, diz Haddad. Ao mencionar o olhar do governo para novos mercados, o ministro da fazenda citou as expectativas em torno do acordo de livre-comércio entre europeus e sul-americanos, assinado em dezembro após mais de 20 anos de negociação.

Eu realmente acredito que chegou a hora, porque acredito que a Europa percebe que também não tem outro caminho. [...] Não se trata de se afastar da China e nem dos Estados Unidos, mas temos que aperfeiçoar novas parceiras.
Fernando Haddad, ministro da Fazenda

Guerra com a Faria Lima

Haddad vê mercado financeiro "chateado" com sucesso do governo. O ministro da Fazenda afirmou ao Financial Times que a situação foi originada em apostas contrárias de alguns gestores após a vitória do presidente Lula. "Perderam dinheiro", ressaltou ele.

Elevado déficit fiscal é um dos pontos mais criticados. Segundo Haddad, a equipe econômica mantém a preocupação com o controle das contas públicas, mas se esquivou ao ser questionado se a situação estava sob controle. "O ministro da Fazenda é como um piloto no cockpit de um carro de Fórmula 1 no meio de uma corrida. Você não liga para ele e pergunta se tudo está sob controle", rebateu.

Acho que temos uma boa equipe, um bom carro e, quem sabe, talvez até um bom piloto.
Fernando Haddad, ministro da Fazenda

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