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Trump pressiona empresas estrangeiras contra programas de diversidade

Donald Trump, presidente dos Estados Unidos - Brendan Smialowski / AFP
Donald Trump, presidente dos Estados Unidos Imagem: Brendan Smialowski / AFP

Da Reuters, em Paris

29/03/2025 14h00

O governo do presidente norte-americano, Donald Trump, tem determinado que algumas empresas francesas com contratos com o governo dos Estados Unidos cumpram o decreto norte-americano que proíbe programas de diversidade, equidade e inclusão, ressaltando o alcance extraterritorial das políticas dos EUA e seu possível impacto sobre as práticas corporativas europeias.

As empresas foram instruídas a confirmar sua conformidade em um questionário intitulado "Certificação relativa à conformidade com a lei federal antidiscriminação aplicável". A Reuters obteve acesso a uma cópia do questionário.

A medida ocorre em meio às crescentes tensões econômicas e políticas entre os EUA e a Europa. Ela também levanta questões sobre as mudanças práticas que as empresas visadas podem precisar implementar, considerando as abordagens diferentes entre os EUA e a França.

O jornal francês Les Echos, que reportou primeiro a medida na noite de sexta-feira, disse que ordem havia sido enviada às empresas pela embaixada dos EUA em Paris.

Um porta-voz da embaixada não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

Não há indicação de que as empresas que receberam a carta tenham sido selecionadas com base em sua presença nos EUA. Uma fonte próxima ao assunto confirmou que o grupo de telecomunicações Orange, controlado pelo Estado francês, que não tem presença nos EUA, recebeu a carta.

Enquanto isso, a empresa de eletrônicos de defesa Thales e a gigante de petróleo TotalEnergies, ambas com operações nos EUA, não receberam a notificação, de acordo com os porta-vozes das empresas. A Orange não quis comentar.

Uma autoridade próxima ao ministro das Finanças da França, Eric Lombard, disse que o assunto será tratado com o governo dos EUA.

"Essa prática reflete os valores do novo governo dos EUA. Eles não são os mesmos que os nossos. O ministro lembrará seus pares no governo dos EUA sobre isso", disse a autoridade.

Não estava claro se cartas e questionários semelhantes foram enviados a empresas estrangeiras em outros países europeus.

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