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Desemprego cresce pelo 3º mês, mas é o menor para fevereiro desde 2014

Zanone Fraissat/Folhapress
Imagem: Zanone Fraissat/Folhapress

Do UOL, em São Paulo (SP)

28/03/2025 09h00

O desemprego afligia 6,8% dos brasileiros no trimestre encerrado em fevereiro, mostram dados divulgados hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Apesar de igualar o menor patamar da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) para o período, a taxa corresponde à terceira alta consecutiva do desemprego na comparação com os três meses imediatamente anteriores.

Como ficou o desemprego

Desemprego é o menor para fevereiro desde 2014. A taxa de 6,8% iguala o posto de mais baixa do levantamento, realizado desde 2012, para o período. Em fevereiro do ano passado, 7,8% da população nacional buscava sem sucesso por uma colocação no mercado de trabalho.

Taxa aumentou pelo terceiro trimestre consecutivo. Após renovar o nível mais baixo de desemprego da história em outubro (6,2%) e novembro (6,1%) do ano passado, a desocupação voltou a subir nos períodos encerrados em dezembro de 2024 (6,2%) e em janeiro deste ano (6,5%).

Cerca de 7,5 milhões procuram por vaga de trabalho. O número de pessoas que não tinham trabalho e procuraram por um cargo é superior ao apurado no período entre novembro do ano passado e janeiro deste ano, quando 7,2 milhões buscam por uma colocação profissional. O número também cresceu nos últimos três trimestres.

Total de desocupados é 12,5% menor do que em fevereiro de 2024. Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE, avalia que a alta "segue o padrão sazonal da Pnad Contínua, com a tendência de expansão da busca por trabalho nos meses do primeiro trimestre de cada ano".

População ocupada recuou 1,2% no trimestre. Com o aumento da taxa de desemprego, o Brasil tinha 102,7 milhões de trabalhadores em fevereiro. Mesmo com a queda, o número ainda é 2,4% maior que o registrado no mesmo período do ano passado.

Trabalho formal bate recorde

Brasil tem 39,6 milhões de trabalhadores com carteira assinada. O total corresponde ao novo recorde da série histórica iniciada em 2012. O resultado ocorre com o aumento de 421 mil profissionais formais no trimestre encerrado em fevereiro, na comparação com o período finalizado em novembro. Ante o mesmo período do ano passado, a alta alcança 4,1% (mais 1,6 milhão de trabalhadores).

Empregados informais no setor privado guiam alta do desemprego. O número de profissionais sem carteira assinada 6% no trimestre e manteve estabilidade no ano, com 13,5 milhões de trabalhadores na condição. Já o total de empregados no setor público (12,4 milhões) recuou 3,9% no trimestre, mas subiu 2,8% na comparação anual.

Número de trabalhadores informais recua para 39,1 milhões. Com a ligeira queda, a taxa de informalidade representava 38,1% da população ocupada em fevereiro. O percentual representa uma redução de 0,6 ponto percentual nas comparações com o trimestre imediatamente anterior e o mesmo mês do ano passado, períodos em que a informalidade era de 38,7%.

Salário médio é o maior da história

Rendimento médio dos brasileiros aumenta para R$ 3.378. Já descontado os efeitos da inflação, o valor apurado no trimestre móvel encerrado em fevereiro é 3,6% superior ao contabilizado há um ano (R$ 3.260). Com a alta, o salário médio alcança o valor mais elevado da série iniciada em 2012.

A alta do rendimento no trimestre está relacionada à redução do contingente de trabalhadores informais em certos segmentos das atividades econômicas, crescendo, portanto, a proporção de ocupações formais com maiores rendimentos.
Adriana Beringuy, coordenadora do IBGE

O que é a Pnad Contínua

Divulgado desde 2012, o estudo do IBGE abrange todo o território nacional. Em suas coletas, a pesquisa avalia indicadores relacionados à força de trabalho entre a população com 14 anos ou mais. O grupo é aquele que integra a População Economicamente Ativa do país.

Os indicadores utilizam as informações dos últimos três meses para a pesquisa. Assim, os dados produzidos mensalmente pela Pnad não refletem a situação de cada mês, mas, sim, o desempenho de cada trimestre móvel do ano. Sendo assim, os números atuais mostram como foi mercado de trabalho entre os meses de dezembro de 2024 e fevereiro de 2025.

Taxa de desemprego é formada por quem busca e não consegue emprego. O grupo é caracterizado por pessoas de dentro da força de trabalho que não estão trabalhando, mas estão disponíveis e tentam encontrar emprego. O método utilizado pelo IBGE excluí do cálculo todos os que estão fora da força de trabalho, como um estudante universitário que dedica seu tempo somente aos estudos e uma dona de casa que não trabalha fora.

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