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Mais caro, café deve elevar em 53% receita do setor no Brasil em 2025

Xicara de café - Getty Images
Xicara de café Imagem: Getty Images

Colaboração para UOL

21/03/2025 16h07

O setor cafeeiro no Brasil atingirá receita de R$ 123,28 bilhões em 2025, um aumento de 53% na comparação com o ano anterior, quando registrou R$ 80,47 bilhões, segundo estimativa do relatório Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa.

O que aconteceu

A maior parte (70%) virá da produção de Coffea arabica (café arábica), com arrecadação prevista de R$ 87,03 bilhões para este ano. O valor é 50% maior do que o observado em 2024, de R$ 58,27 bilhões.

Já os cafés da espécie de Coffea canephora (café robusta+conilon) representarão 29% da receita do setor, movimentando R$ 36,25 bilhões. O crescimento anual será de 64% em relação aos R$ 22,19 bilhões arrecadados anteriormente.

A produção cafeeira está presente em 19 estados brasileiros, além do Distrito Federal. A Região Sudeste lidera o ranking, com participação de 84% do faturamento nacional e receita bruta de R$ 104,60 bilhões.

Na sequência, aparecem as demais regiões. Temos o Nordeste, com R$ 9,86 bilhões (8%); Norte, com receita de R$ 6,01 bilhões (4,4%); Sul, com R$ 1,77 bilhões (1,4%); e Centro-Oeste, com R$ 1,02 bilhões (0,83%).

O valor bruto da produção (VBP) foi calculado com base nos preços médios recebidos pelos produtores brasileiros nos meses de janeiro e fevereiro. A conta final considera a variação dos preços e a quantidade estimada de produção, e é revista mensalmente pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

O VBP elevado indica que a receita gerada pela venda do produto cresceu, mesmo sem um aumento na quantidade produzida. Para o setor cafeeiro, isso pode representar um faturamento histórico, de R$ 116,42 bilhões em 2025, um aumento de 46% em relação a 2024 e de 120% na comparação com 2023.

Em fevereiro, o preço do café moído contribuiu para a maior inflação daquele mês em 22 anos. A alta foi de 10,8%, segundo o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).

As condições climáticas de seca, geadas, chuvas e um El Niño rigoroso prejudicaram as lavouras. No Brasil, a produção cafeeira estimada para este ano terá uma redução de 4,4%, com 51,8 milhões de sacas, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Globalmente, a oferta do produto também caiu, atingindo o menor volume de estoque das últimas 25 temporadas, mas a demanda continua alta. Isso tem sustentado a alta nos preços internacionais, com elevações significativas nas bolsas de Nova Iorque e Londres — e o consumidor final vai pagar o preço.

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