Lemos: 'Vazamento de chaves Pix é de baixo potencial de dano'
O vazamento de chaves Pix, divulgado hoje pelo Banco Central, é de baixo potencial de dano, analisou Ronaldo Lemos, diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro, durante participação no UOL News, do Canal UOL.
Felizmente, esse é um vazamento de baixo potencial de dano. Porque basicamente vazou a chave, que é o que as pessoas usam para mandar um Pix.
Com essa chave, você não consegue ter acesso ou fazer qualquer tipo de movimentação financeira em nome da pessoa. Vazou o CPF, mas com uma máscara, então não dá para ler o número.
Vazou o nome da instituição financeira em que a pessoa tem conta. Então, são dados que não têm um grande potencial de risco. Ronaldo Lemos
O Banco Central informou hoje a ocorrência de vazamento de dados pessoais vinculados a 25.349 chaves Pix de clientes da QI Sociedade de Crédito (QI SCD S.A). O vazamento ocorreu devido a "falhas pontuais" nos sistemas da instituição, conforme comunicado. O vazamento ocorreu entre os dias 23 de fevereiro e 6 de março de 2025.
Segundo o BC, as informações obtidas são dados cadastrais e não permitem movimentação de recursos, nem acesso às contas. Dentre os dados vazados estão nome do usuário, CPF, instituição de relacionamento, agência, número e tipo da conta.
Ao Canal UOL, Lemos disse que as falhas de segurança, corrupção e a negligência ajudam a explicar a quantidade volumosas de vazamento de dados no Brasil.
Agora, a questão aqui é que é mais um tijolo no muro dos vazamentos de dados brasileiros. Hoje, no Brasil, você consegue ter acesso aos dados de qualquer pessoa e dados muito mais complicados.
Você consegue saber cópia de documento, nome do pai, nome da mãe, se a pessoa tem participação societária ou não, se tem imóvel, veículo. Você consegue esses dados hoje na internet rapidamente e a um custo muito baixo.
A razão disso é exatamente essa, que é muito fácil conseguir o dado de qualquer pessoa no Brasil, dados muito mais complexos e problemáticos do que esses que foram vazados hoje, e dá para fazer isso online.
E os bandidos, os golpistas, usam esses dados exatamente para aplicar essa quantidade avassaladora de golpes na internet.
Falhas de segurança, inclusive em sistemas governamentais, corrupção --por parte de pessoas que estão dentro de algum órgão público ou até privado-- e negligência ou descaso [ajudam a explicar essa quantidade de vazamento].
Ronaldo Lemos
Malafaia: 'Avisei a Bolsonaro que carioca acorda tarde no domingo'
Ao UOL News, Silas Malafaia —um dos organizadores do ato de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)— contestou números divulgados na imprensa e comparou o tamanho da manifestação com bloco promovido pela cantora Anitta, no Carnaval.
Eu não gosto de entrar numa 'guerra' com esses números: 100 mil, 200 mil, 18 mil [pessoas]. Primeiro, [dizer que foram] 18 mil é uma afronta à inteligência de qualquer um. Um dia desses, a Anitta fez aqui no Carnaval 600 mil [pessoas]. Pega a nossa imagem, e a imagem disso, [do bloco] da Anitta. Não vi ninguém discutir nada disso.
Então, sabe, eu tenho muita dificuldade com a questão de números. Eu sei do seguinte, num domingo de mais de 30 graus, com a final de Fla-Flu, de tarde, no Maracanã, nós tínhamos lá uma multidão de gente. Não tinham dois quarteirões, não, tinham mais do que dois quarteirões [cheios]. Vai me desculpar. Silas Malafaia, pastor e aliado de Bolsonaro
O ato de Bolsonaro, que pedia a anistia a envolvidos na tentativa de golpe, reuniu ontem 18,3 mil pessoas na praia de Copacabana, na zona sul do Rio, segundo dados do Monitor do Debate Público do Meio Digital, do Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento), em parceria com a ONG More in Common. Em 2024, o público foi de 33 mil pessoas.
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