Dólar abre a semana em queda, cotado a R$ 6,11; Bolsa fecha em alta
Após fechar a primeira semana de 2025 em leve alta, o dólar comercial fechou em queda nesta segunda-feira (6). A moeda norte-americana, que chegou a custar R$ 6,093, terminou o dia sendo vendida a R$ 6,111, com queda de 1,14%. A Bolsa de Valores fechou com valorização acima de 1%.
O que aconteceu
Dólar comercial operou em queda nesta segunda-feira (6). O início da primeira semana completa de 2025 trouxe a expectativa de liquidez maior do que a apresentada no pregão de sexta-feira (3), quando a divisa teve alta de 0,29%, cotada R$ 6,183.
Desvalorização foi ampliada durante o dia. Na mínima do dia, apurada às 10h33, a moeda norte-americana era vendida em queda de 1,4%, abaixo de R$ 6,10. Mesmo diante das oscilações seguintes, a cotação só superou a marca de R$ 6,15 uma única vez.
Banco Central não intervém no mercado há uma semana. Após a venda de US$ 21,575 bilhões em leilões à vista, em compromisso de recompra, em dezembro, o BC ainda não realizou movimentações para conter o avanço da moeda norte-americana nos primeiros pregões de 2025.
Cotação do dólar turismo também apresentou queda. Dedicada aos viajantes, a moeda fechou a R$ 6,365, baixa de 0,81% ante o último fechamento.
Efeito Trump
Queda do dólar reflete sinalizações de Donald Trump. "A moeda americana recua no mundo todo, em função da notícia de que o presidente eleito dos Estados Unidos deve adotar uma medida mais branda em relação à taxação dos produtos importados", explica André Matos, CEO da MA7 Negócios.
Proposta de Trump foi revelada pelo jornal The Washington Post. A publicação afirma que o presidente eleito planeja taxar apenas setores "críticos", refletindo uma mudança expressiva sobre os planos indicador durante a campanha para a Casa Branca.
Mercados globais temem tarifas propostas por Trump. As preocupações aparecem porque as barreiras comerciais tendem a gerar inflação e resultar, consequentemente, na elevação das taxas de juros para conter o avanço dos preços.
As principais bolsas do mundo sobem com a notícia de que os EUA podem produzir uma guerra comercial mais branda, o que seria bom para a economia global e, consequentemente, para o mercado financeiro.
Juliana Tescaro, sócia do Grupo Studio
Bolsa
Ibovespa abriu a semana em alta. Após apresentar variações negativas nos dois primeiros pregões deste ano, o principal índice acionário do Brasil fechou com valorização de 1,15% aos 119.899,07 pontos. O volume da sessão supera os R$ 12, 93 bilhões.
Companhias aéreas lideram ganhos. Os papéis da Gol (GOLL4) e da Azul (AZUL4) fecharam em alta de, respectivamente, 14,49% e 12,53% nesta segunda-feira, vendidos por R$ 1,58 e R$ 4,22.
Grupo Éxito (EXCO32) e Automob Participações (AMOB3) têm as maiores baixas. Enquanto as ações do núcleo varejista recuou 5,11%, a R$ 10,76, os papéis da empresa de veículos caíram 3,03%, negociados por R$ 0,32.
Cenário ainda representa "otimismo cauteloso", diz analista. Para Sidney Lima, da Ouro Preto Investimentos, a alta do Ibovepsa resulta de um suporte dos mercados internacionais com a volatilidade de início de ano. Para os próximos dias, ele prevê impacto das commodities e da política fiscal no desempenho do índice.