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Dólar recua na primeira sessão de 2025 com ajustes e alta do petróleo

Notas de dólar - Alexander Grey/Unsplash
Notas de dólar Imagem: Alexander Grey/Unsplash

Do UOL, em São Paulo*

02/01/2025 09h48

O dólar à vista fechou em leve baixa nesta quinta-feira (2), na primeira sessão de 2025, com um movimento de ajustes técnicos e a alta dos preços do petróleo compensando a força da moeda norte-americana no exterior.

O que aconteceu

O dólar à vista fechou em baixa de 0,22%, a 6,1651 reais. A moeda chegou a operar em alta ao longo do dia.

O dólar futuro também teve baixa. Na B3, às 17h15, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,11%, a 6,197 reais na venda.

No início do pregão, o dólar chegou a acumular ganhos ante o real. A alta ocorreu à medida em que os investidores renovavam os receios com o cenário fiscal brasileiro e, ao mesmo tempo, reagiam à força da moeda dos Estados Unidos no exterior, que refletia novos dados da economia americana.

Economia dos EUA

Pedidos de auxílio-desemprego tiveram queda inesperada. O Departamento de Trabalho dos EUA informou que os pedidos de auxílio-desemprego tiveram uma queda inesperada na última semana, chegando a 211 mil, de 220 mil anteriormente. Economistas consultados pela Reuters projetavam 222.000 pedidos.

Dado mostrou que mercado de trabalho nos EUA continua forte. Apesar de estar desacelerando gradualmente, o mercado de trabalho americano continua resiliente, muito por conta dos baixos números de demissões, uma vez que os empregadores têm procurado manter os funcionários contratados após a pandemia da Covid-19.

Com isso, ritmo de queda de juros nos EUA deve diminuir. Os agentes financeiros consolidaram as apostas de que o Federal Reserve reduzirá o ritmo de afrouxamento monetário neste ano, em meio a uma inflação ainda acima da meta de 2% e de uma economia sólida, com operadores colocando 89% de chance de que os juros fiquem inalterados na reunião de janeiro.

Juros elevados nos EUA favorecem o dólar. Os juros mantêm os rendimentos dos Treasuries em patamares altos, o que favorece o dólar ao atrair investidores estrangeiros para o país. O índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — subia 0,75%, a 109,340.

Investidores globais também estão se posicionando para o início do governo de Donald Trump. A gestão Trump se inicia em 20 de janeiro. Espera-se a implementação de medidas consideradas inflacionárias, como cortes de impostos e imposição de tarifas, o que sustentaria, ou até fortaleceria, o cenário atual.

Cenário doméstico

No Brasil, investidor está avesso ao risco. Na cena doméstica, o mercado continua demonstrando aversão ao risco, uma vez que ainda duvida do compromisso do governo em equilibrar as contas públicas, mesmo após o Congresso aprovar no fim do ano passado uma série de medidas de contenção de gastos propostas pelo Executivo.

Como reflexo desses fatores, o dólar subiu no início do dia. Atingiu a máxima da sessão, a 6,2281 reais (+0,79%), às 9h38. No início da tarde, no entanto, o dólar começou a devolver seus ganhos da sessão e passou a acumular perdas contra o real, em um movimento que veio na esteira de fatores internos e externos.

Tem duas coisas que pegaram. Uma é a correção da moeda, por o dólar estar muito alto nas últimas sessões, e a outra foi a questão do petróleo.
Thiago Avallone, especialista em câmbio da Manchester Investimentos

Preço do petróleo contribuiu para queda. Outro fator para a queda da divisa norte-americana no Brasil foi o cenário externo favorável para moedas emergentes, uma vez que os preços do petróleo — produto importante para a pauta exportadora de muitos desses países — saltaram em torno de 2%.

Nesse ponto, os mercados pareciam mais otimistas quanto à recuperação econômica da China. O presidente do país, Xi Jinping, sinalizou novas medidas para impulsionar o crescimento da China, o maior importador de matérias primas do planeta.

Sob a influência desses elementos, o dólar atingiu a mínima do dia, a 6,1515 reais (-0,45%), às 13h58.

Dólar fechou 2024 em queda, mas acumulou alta no ano. Na segunda-feira (30), última sessão de 2024, o dólar à vista fechou em queda de 0,22%, a 6,179 reais. No ano, a moeda norte-americana acumulou alta de 27,36%.

*Com informações da Reuters.

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