Após novo recorde, BC vende mais US$ 3 bi na tentativa conter o dólar
Após o dólar renovar a maior cotação desde a criação do Plano Real, o BC (Banco Central) realizou logo na abertura dos negócios desta quinta-feira (19) uma nova intervenção do mercado cambial. No certame, a autoridade monetária vendeu US$ 3 bilhões em mais um leilão à vista da moeda norte-americana.
O que aconteceu
Certame aceitou seis propostas para a venda de dólares à vista. De acordo com o Depin (Departamento das Reservas Internacionais), as ofertas totalizam US$ 3 bilhões em vendas, com as propostas coletadas entre 9h15 e 9h20. A disponibilização de recursos variava de US$ 1 bilhão a exatamente US$ 3 bilhões.
Oferta se soma a outros leilões realizados na última semana. Entre a última quinta-feira (19) e ontem (18), o BC injetou US$ 12,7 bilhões na economia. Mesmo com a maior interferência no mercado cambial desde a pandemia, o dólar se manteve em valorização.
Leilões à vista queimam as reservas internacionais do Brasil. Diferentemente do que acontece nas negociações de linha, a venda à vista dos ativos não conta com o compromisso de recompra, que garantem a devolução dos recursos para o caixa do BC.
Reservas internacionais somavam US$ 363 bilhões em novembro. Com os recentes leilões, a próxima atualização tende a mostrar o "colchão de segurança" abaixo de US$ 350 bilhões, o menor montante desde novembro do ano passado (US$ 348,4 bilhões).
Cotação da moeda norte-americana já disparou 4,5% em dezembro. A alta fez o dólar saltar de R$ 6,0005 para R$ 6,2672 nos 18 primeiros dias do mês. No período, cinco dos 13 pregões resultaram na queda do valor da divisa ante o real.