Empresa de CEO morto reconhece sistema de saúde 'falho' nos EUA
O presidente-executivo do UnitedHealth Group, Andrew Witty, lamentou a morte do executivo Brian Thompson e disse entender as frustrações do público com o sistema de saúde "falho" dos Estados Unidos.
"Ninguém projetaria um sistema como o que temos. E ninguém o fez. É uma colcha de retalhos construída ao longo de décadas", disse Witty em um artigo de opinião publicado pelo New York Times nesta sexta-feira. O artigo marca os primeiros comentários públicos do executivo desde que Thompson, presidente da unidade de seguro de saúde da UnitedHealth, foi morto a tiros na semana passada em Nova York.
O assassinato chamou atenção para o ressentimento cada vez maior da sociedade com relação às empresas de planos de saúde, em meio à frustração dos norte-americanos que lutam para serem atendidos adequadamente pelo setor.
Witty disse que ele e seus pares estão "lutando para entender esse ato inconcebível" e disse que estão sendo "bombardeados por ameaças".
Dados recentes dos Estados Unidos mostram que os clientes de planos de saúde estão agora ainda mais propensos a terem seus pedidos de reembolso negados, a pagarem mais por consultas médicas e a enfrentarem custos inesperados por cuidados que pensavam estar cobertos por seus planos de saúde.
"Os cuidados com a saúde são intensamente pessoais e muito complicados, e os motivos por trás das decisões de cobertura não são bem compreendidos", disse Witty. "Nós compartilhamos parte da responsabilidade por isso. Juntamente com empregadores, governos e outros que pagam pelo atendimento, precisamos melhorar a forma como explicamos o que o seguro cobre e como as decisões são tomadas", seguiu.
As seguradoras afirmam que trabalham para negociar o aumento dos honorários de médicos e hospitais, bem como medicamentos e dispositivos médicos de alto custo.
Após uma caçada de cinco dias, Luigi Mangione foi acusado pelo assassinato de Thompson em 9 de dezembro do lado de fora de um hotel em Manhattan antes de uma conferência do setor.
O New York Times informou que um relatório interno da polícia da cidade de Nova York, analisando um documento encontrado com Mangione quando ele foi preso, concluiu que ele considerava o assassinato como uma resposta justificada ao que ele acredita ser corrupção no setor de saúde.