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Trump eleito nos EUA: por que novo vice é grande inimigo do carro elétrico

Scott Olson/Getty Images via AFP
Imagem: Scott Olson/Getty Images via AFP

Simone Machado

Colaboração para Carros

06/11/2024 11h43Atualizada em 06/11/2024 11h43

J.D. Vance, eleito vice-presidente dos Estados Unidos na chapa de Donald Trump, é conhecido dos norte-americanos por suas falas polêmicas e seu posicionamento contra a expansão dos carros elétricos no país.

No ano passado, ele argumentou em seu site que a iniciativa de promover veículos elétricos representa uma ameaça direta à economia americana e criticou o atual presidente do país Joe Biden - que abriu mão de tentar a reeleição em prol de Kamala Harris.

"Enquanto as cadeias de suprimentos de EV (veículos elétricos) ainda estão fortemente concentradas na China, o governo Biden envia bilhões para essa indústria todos os anos. Enquanto a maioria dos americanos quer dirigir um carro movido a gasolina, o governo Biden segue uma política explicitamente projetada para aumentar o custo da gasolina. Eles fazem isso em nome do meio ambiente, mas tudo o que estão fazendo é enriquecer a economia mais suja do mundo às custas dos trabalhadores automotivos em Ohio, Pensilvânia e Michigan", disse à época.

Ainda segundo Vence, o investimento em veículos elétricos vai afetar diretamente os salários dos trabalhadores e, por isso, os Estados Unidos não devem seguir esse caminho.

"Essas políticas levam a um lugar inevitável: salários mais baixos para trabalhadores da indústria automobilística e preços mais altos para motoristas. É uma proposta perde-perde", acrescentou.

Assim como seu vice, Donald Trump também não apoia o investimento em elétricos e menospreza os benefícios ambientais dessa tecnologia. Em seu último comício antes das eleições em Michigan, no berço da indústria automotiva dos EUA, ele prometeu acabar com os benefícios à produção de veículos elétricos, trazer incentivos fiscais para o financiamento de carros feitos nos EUA e a taxação de importados chineses em até 200%.

"Estão dizimando a indústria automobilística de Detroit e do Michigan, sumiram com 40 mil, 50 mil empregos. Kamala acabou com os empregos. Com as minhas políticas, vamos ter um renascimento da indústria no estado. Vamos ter um êxodo maciço de empregos da indústria do México e de Xangai para Michigan", afirmou.

A dúvida agora é se Trump colocará tais políticas na prática, em especial na questão sobre veículos elétricos. Isto porque um dos principais apoiadores do presidente eleito durante a campanha foi Elon Musk, empresário dono da Tesla.

Mudança de rumo na indústria americana

A postura que coloca Trump e Vence do mesmo lado vai em oposição direta às políticas do atual presidente Joe Biden, que incentiva a adoção de tecnologias limpas e sustentáveis. O atual governo americano anunciou recentemente que vai liberar US$ 1,7 bilhão (R$ 9,19 bilhões) em subsídios à indústria automotiva para o desenvolvimento e produção de veículos elétricos.

O valor será destinado para ao menos dez fábricas fechadas ou com ameaça de fechamento em oito estados do país e, segundo a Casa Branca, deverá manter e criar 15 mil empregos.

O governo Biden também anunciou em maio o aumento de 25% para 100% no valor da taxação sobre veículos elétricos chineses este ano, além de triplicar o valor da taxa sobre importações de aço e alumínio. Além disso, as tarifas sobre semicondutores chineses também sofrerão impactos e serão dobradas a partir de 2025.

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*Com informações de matéria publicada em 17/07/2024

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