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É falso que agência Reuters recebeu milhões da Usaid

11.fev.2025 - Posts relacionam a agência de notícias e o fotojornalista Adriano Machado, que registrou atos golpistas do 8 de janeiro, à Usaid e à eleição de Lula - Arte/UOL sobre Reprodução Instagram
11.fev.2025 - Posts relacionam a agência de notícias e o fotojornalista Adriano Machado, que registrou atos golpistas do 8 de janeiro, à Usaid e à eleição de Lula Imagem: Arte/UOL sobre Reprodução Instagram
do UOL

Do UOL, no Rio

11/02/2025 18h46

É falso que a agência de notícias Reuters tenha recebido milhões de dólares da Usaid, a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional.

O UOL Confere conseguiu identificar apenas um contrato vigente no valor de U$ 21 mil entre a Usaid (United States Agency for International Development, em inglês) e a "Thomson Reuters (Tax & Accounting), Inc", serviço de softwares voltados para contabilidade da Thomson Reuters, e não a agência de notícias.

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Posts desinformativos relacionam a agência de notícias e o fotojornalista Adriano Machado, que registrou atos golpistas no dia 8 de janeiro de 2023, à Usaid e à eleição de Lula.

O pedido de checagem foi enviado ao UOL Confere pelo WhatsApp (11) 97684-6049.

O que diz o post

A publicação usa imagens de câmera de segurança do Planalto durante os ataques golpistas no dia 8 de janeiro de 2023, em que o fotógrafo Adriano Machado, da Reuters, registra a ação dos invasores. O conteúdo é compartilhado com a seguinte legenda: "A verdade. O fotógrafo flagrado dirigindo as ações dos invasores do 8 de janeiro da agência de notícias Reuters, que recebeu milhões de dólares da USAID, que atuou na eleição de 22 no Brasil a favor de Lula".

Por que é falso

Agência de notícias não recebeu milhões da Usaid. Em uma busca no site do governo dos Estados Unidos sobre o uso dos recursos públicos é possível encontrar um contrato no valor de US$ 21 mil (aqui), cerca de R$ 121 mil, entre a Usaid e a "Thomson Reuters (Tax & Accounting), Inc", serviço de softwares voltados para contabilidade da Thomson Reuters (aqui), mantenedora da agência Reuters. Ao UOL Confere, a agência de notícias disse que não tem contrato com a Usaid.

Agência dos EUA tem sido alvo de desinformação. A Usaid e veículos de imprensa têm sido usados em peças desinformativas nas redes sociais. O próprio presidente dos EUA, Donald Trump, mentiu sobre um suposto financiamento da Usaid a um site de jornalismo independente norte-americano, o Politico. No Brasil, o Aos Fatos desmentiu que o site tenha recebido U$ 8 milhões da agência (aqui). Nos EUA, a alegação também foi checada pelo Snopes (aqui, em inglês).

Fotógrafo da Reuters também sofreu campanha de desinformação sobre o 8 de janeiro (aqui). Adriano Machado foi chamado para depor como testemunha na CPI dos atos golpistas. Publicações desinformativas nas redes sociais usaram o depoimento dele para alegar falsamente que o fotógrafo teria dito que foi contratado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin (leia aqui). Machado registrou o momento em que um homem arromba a porta da recepção do gabinete da Presidência.

Cobertura imparcial e de interesse público no 8 de janeiro, diz Reuters. De acordo com a agência de notícias, Adriano Machado fez uma cobertura imparcial e de interesse público. Sobre a alegação de que a agência teria atuado em prol da candidatura de Lula em 2022, a Reuters disse que reafirma a sua cobertura no Brasil e que vai continuar noticiando de forma "justa, precisa e independente, de acordo com os Princípios de Confiança da Thomson Reuters".

O que é a Usaid?

Agência é responsável por ações assistenciais dos EUA no exterior. A Usaid foi fundada em 1961, por ordem do presidente John F. Kennedy, para concentrar os esforços, ações e departamentos do governo dos EUA que enviavam ajuda a civis fora do país.

Trump anunciou encerramento da agência após críticas de Elon Musk. Novo chefe do Doge, departamento que controla gastos públicos, Musk chamou a organização de "criminosa". O presidente norte-americano confirmou que encerrará as atividades do órgão.

Sugestões de checagens podem ser enviadas para o WhatsApp (11) 97684-6049 ou para o email uolconfere@uol.com.br.

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