É falso que delegado da PF tenha sofrido atentado e culpado Lula
Não é verdade que o delegado da PF Rodrigo Bartolomei tenha sofrido um atentado em SP e culpe Lula (PT) e o PCC por isso, como afirma falsamente um vídeo publicado nas redes sociais.
Não há registro de ocorrência sobre o suposto ataque nem pedido de prisão contra Lula.
O que diz a publicação?
"Agora! Delegado que mandou prender Lula sofre tentativa de assassinato do PCC", diz o título do vídeo, que mostra fotos antigas de Bartolomei em entrevistas.
Um narrador afirma que o ataque teria ocorrido enquanto Bartolomei se dirigia ao Ministério Público de SP e que "apuração preliminar da PF" apontava para uma "ação coordenada".
Uma foto de Lula é exibida enquanto o narrador afirma que o delegado citou "Luiz Inácio" em seu depoimento.
Bartolomei teria se tornado alvo por causa de um pedido de prisão contra o petista após a descoberta de "que o PCC estaria lavando dinheiro para o PT". Esse processo estaria em segredo de Justiça por determinação do ministro do STF Alexandre de Moraes.
O vídeo mostra uma crítica do deputado bolsonarista Carlos Jordy (PL) ao ministro Flávio Dino e cita brevemente um plano de atentado contra o senador Sérgio Moro (União Brasil).
Na versão da mentira que circula no Kwai, sobre os vídeos, há os dizeres: "Urgente os bandidos do pcc estão de olho em tudo no Brasil! Atenção?"
Por que o post é falso?
Secretaria de Segurança Pública nega crime. Não há boletim de ocorrência ou registro sobre atentado envolvendo o nome de Rodrigo Bartolomei nos dados da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo.
Polícia Federal desmente publicação. A PF nega que o atentado citado no vídeo tenha acontecido e que haja uma investigação envolvendo Lula e o PCC. Em nota, o órgão afirma que "trata-se de fake news".
Sem pedido de prisão. O sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) não registra nenhum pedido de prisão contra Lula. Em nota, o STF afirma que o processo citado no vídeo não existe.
Fala descontextualizada. As críticas de Jordy inseridas na postagem não trazem nenhuma menção ao caso inventado pela publicação falsa. A fala foi tirada de contexto para tentar legitimar o resto do vídeo.
O UOL Confere aplica o selo falso a conteúdos que não têm amparo em fatos e podem ser desmentidos de forma objetiva.
A informação já foi desmentida por outras agências de checagem como Aos Fatos e Reuters Fact Check.
Viralização. A publicação com a informação falsa foi compartilhada no YouTube em 29 de março deste ano e até a última segunda-feira (17) registrava mais de 51 mil visualizações e 10 mil curtidas.
Sugestões de checagens podem ser enviadas para o WhatsApp (11) 97684-6049 ou para o email uolconfere@uol.com.br.