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Prefeito vê Bolsonaro alheio e não crê em reforma tributária neste governo

do UOL

Do UOL, em São Paulo

24/09/2020 14h52Atualizada em 24/09/2020 19h28

O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB-AM), criticou hoje a condução feita pelo governo do projeto de reforma tributária, apresentado ao Congresso em julho. Segundo ele, Jair Bolsonaro (sem partido) está "alheio" ao assunto e a gestão não sabe se quer fazer esta e outras reformas ou apenas tentar reeleger o presidente.

"Eu não acredito em reforma tributária de verdade, que resolva o problema, neste governo. Temos um presidente alheio, um presidente que é capaz de protagonizar o que fez na [75ª Assembleia Geral da] ONU. Se perguntassem para mim, eu diria 'I was born in Argentina' ['eu nasci na Argentina'], não diria que era brasileiro. Foi uma vergonha", disse Virgílio Neto.

A declaração foi feita em participação no "Reforma Tributária em Debate", promovido pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) em parceria com a Febraban (Federação Brasileira de Bancos).

Ele também vê uma disputa entre o Legislativo, que está tentando "recuperar um pouco de seu prestígio", e o Executivo, além de um enfraquecimento do ministro da Economia, Paulo Guedes, que vem "perdendo peso" e sendo desautorizado por Bolsonaro constantemente.

"O governo tem uma questão para resolver: ele quer fazer as reformas ou uma política econômica, e acho que com isso Guedes não concorda, visando à eleição dele [Bolsonaro]? Quer se preparar para a reeleição, então vamos fazer agora tudo que facilite a reeleição, ou vamos tratar dos assuntos fundamentais, que são um transtorno para o Brasil?", questionou.

Salles "parasita"

O prefeito de Manaus também criticou o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, por sua atuação à frente da pasta. Para Virgílio Neto, Salles é "irresponsável", um "parasita" e deveria ser demitido, já que pouco tem feito para combater as queimadas que devastam principalmente a Amazônia e o Pantanal.

"Ele [Salles] é um parasita que não deveria estar fazendo parte do governo mais. Não tem como um governo que pretende ser levado a sério [permanecer] com uma pessoa dessas, não gastando nem 1% do seu orçamento em preservação", afirmou.

A porcentagem citada é de um estudo feito pelo Observatório do Clima, que mostrou que o Ministério do Meio Ambiente gastou apenas R$ 105 mil em política ambiental entre janeiro e agosto de 2020. O montante corresponde a 0,4% do orçamento destinado a iniciativas referentes a mudanças climáticas, proteção da biodiversidade e melhoria da qualidade ambiental urbana, por exemplo.

Assista à fala completa de Virgílio Neto partir de 21:56:

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