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Cenário ideal é o auxílio de R$ 600 deixar de existir ou diminuir, diz BC

Imagem ilustrativa do app Caixa Tem, onde beneficiários podem consultar a situação do auxílio emergencial - Viviane Lepsch/Zimel Press/Estadão Conteúdo
Imagem ilustrativa do app Caixa Tem, onde beneficiários podem consultar a situação do auxílio emergencial Imagem: Viviane Lepsch/Zimel Press/Estadão Conteúdo
do UOL

Antonio Temóteo

Do UOL, em Brasília

24/09/2020 13h06

Diante da grave crise fiscal, o presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, afirmou que o Brasil não tem capacidade de continuar a pagar R$ 600 de auxílio emergencial aos brasileiros em 2021.

Segundo ele, a recuperação da economia brasileira em 2021, impulsionada pelo consumo, virá da queda da taxa de desemprego e do fato de os trabalhadores gastarem parte da poupança acumulada ao longo de 2020.

Obviamente temos uma preocupação fiscal e o Brasil não tem capacidade de seguir pagando R$ 600 por mês. O cenário ideal para o BC é onde o auxílio deixa de existir ou diminui [de valor]. A gente entende que vai ter algum tipo de programa, que não nos cabe comentar. Com isso, o efeito auxilio [na economia] tende a diminuir e a poupança será usada no consumo", declarou.

Inflação controlada

Campos Neto também declarou que o BC não vê pressões inflacionárias no curto prazo, apenas choques passageiros, como o que levou ao aumento do preço de alimentos.

O diretor de Política Econômica do BC, Fabio Kanczuk, disse que a recuperação da economia brasileira tem surpreendido.

"O BC vem se surpreendendo, não só os analistas, com a volta mais rápida do que o esperado", disse ele, ao comentar a mudança na estimativa para a queda do PIB (Produto Interno Bruto) de 2020, de 6,4% para 5%.

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