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Subir salário mínimo na pandemia condena pessoas ao desemprego, diz Guedes

Jorge William/Agência O Globo
Imagem: Jorge William/Agência O Globo
do UOL

Antonio Temóteo

Do UOL, em Brasília

01/09/2020 14h20Atualizada em 01/09/2020 15h02

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que conceder um reajuste do salário mínimo durante a crise econômica decorrente da pandemia do coronavírus condenaria os trabalhadores ao desemprego.

"Hoje, se você der um aumento de salário mínimo, milhares e talvez milhões de pessoas serão demitidas. Estamos no meio de uma crise terrível de emprego. Dar aumento de salário é condenar as pessoas ao desemprego", disse Guedes durante audiência pública na comissão especial do coronavírus no Congresso Nacional.

Ontem, o governo Jair Bolsonaro (sem partido) enviou ao Congresso Nacional uma proposta de salário mínimo de R$ 1.067 em 2021, deixando o piso sem aumento real pelo segundo ano seguido. A projeção faz parte do PLOA (Projeto de Lei Orçamentária Anual).

Reajuste menor do que projetado antes

Em relação aos atuais R$ 1.045, o aumento é de R$ 22, valor que deve apenas repor a inflação projetada para 2020, medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), de 2,09%. Na prática, significa que o salário mínimo ficará sem aumento por dois anos.

A previsão de valor do salário mínimo em 2021 é R$ 12 menor que a apresentada no PLDO (Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias).

Quando enviou a proposta ao Congresso, em 15 de abril, o governo estimou que o piso salarial em 2021 seria de R$ 1.079, devido à projeção de 3,29% para o INPC à época.

Aumento real acabou em 2019

De 2007 a 2019, a lei garantia que o salário mínimo tivesse aumento real, acima da inflação, sempre que houvesse crescimento econômico, dentro da política de valorização do salário mínimo das gestões petistas.

Essa fórmula de cálculo levava em conta a inflação do ano anterior, medida pelo INPC, mais o resultado do PIB (Produto Interno Bruto) de dois anos antes.

A fórmula perdeu validade no ano passado, e o governo Bolsonaro decidiu não substituí-la por outra política para o salário mínimo. Com isso, o governo passou a apenas reajustar o mínimo apenas pela inflação, obedecendo o que determina a Constituição.

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