Por coronavírus, UNE e Ubes pedem adiamento do Enem
Entidades estudantis pedem que o cronograma das provas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), uma das principais portas de entrada ao ensino superior no país, seja adiado devido à pandemia do novo coronavírus.
O edital do exame foi divulgado ontem pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), que decidiu manter a realização das provas presenciais para os dias 1º e 8 de novembro deste ano. Este também será o primeiro ano em que o Enem será realizado em formato digital, nos dias 11 e 18 de outubro. Mas, mesmo na prova digital, os candidatos terão que comparecer ao local de realização do exame, já que não será permitido o uso de computador próprio.
Em nota divulgada hoje, UNE (União Nacional dos Estudantes) e Ubes (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas) dizem que, ao manter o cronograma previsto inicialmente, MEC (Ministério da Educação) e Inep não demonstram "sensibilidade para o momento em que vivemos". As entidades pedem a suspensão do edital divulgado ontem.
"Diferente do que diz o Ministro [da Educação, Abraham Weintraub], é absurdo pensar que os estudantes estão em igualdade de condições nessa situação, e que atividades a distância poderiam solucionar o problema da suspensão das aulas", diz o texto.
"Muitos desses jovens sequer têm acesso às ferramentas necessárias para atividades virtuais, e mesmo que tivessem sabemos que o aproveitamento do ensino-aprendizagem fica fortemente em defasagem em relação às atividades presenciais", continua a nota.
Em um vídeo publicado ontem nas redes sociais, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, disse que "vai ter Enem" e que o novo coronavírus "atrapalha um pouco, mas a todos". "Como é uma competição, é justo", afirmou.