Guedes quer que micros e MEIs recebam empréstimos para pagar salários
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou neste domingo (29) que os empréstimos que serão oferecidos pelo governo para pagar os salários dos trabalhadores não deveriam excluir empresas com faturamento inferior a R$ 360 mil. A declaração foi feita durante videoconferência com prefeitos da CNM (Confederação Nacional dos Municípios).
A proposta do governo não atende 16,2 milhões de microempreendedores individuais e microempresas. A medida atenderá pequenas e médias empresas, com faturamento anual entre R$ 360 mil e R$ 10 milhões. Os microempreendedores têm faturamento anual de até R$ 81 mil e as microempresas de até R$ 360 mil.
"Por que o limite tem que ser de R$ 360 mil? Acho que foi uma preocupação com os bancos, que querem tratar com clientes maiores. Mas sendo dinheiro público da Caixa e do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) não tem que ter limite nenhum. Qualquer brasileiro que tem um pequeno negócio tem que ser ajudado", disse Guedes.
Maquininhas para fazer empréstimos
O ministro disse que buscará informações com técnicos do governo sobre o porquê de ser definido um limite de faturamento de R$ 360 mil para que as empresas recebam os empréstimos do governo.
"Não há por que excluir os pequenos empresários desse empréstimo e dessas possibilidades. Íamos liberar recursos para as (empresas de) maquininhas (de cartão). Nessas cidades menores, quem gira o dinheiro da pequena loja são mais as maquininhas do que os bancos. Estamos pensando em abrir a janela de redescontos para as maquininhas", declarou.
Ontem (28), em vídeo conferência com empresários, Guedes defendeu o uso das maquininhas de cartão para a ajuda chegar a microeempreendedores individuais e microempresas, por causa da presença delas em todo o país. Ele afirmou que os bancos tradicionais não estão entregando o crédito a esse público que mais precisa.
Ministro diz que crise atrapalha crescimento
Durante a videoconferência, Guedes afirmou que a economia brasileira crescia a um ritmo de 3% ao ano. A informação, segundo ele, foi repassada pelo secretário especial da Receita Federal, José Tostes.
"Há apenas duas semanas e meia atrás, o secretário Tostes me dizia que a arrecadação estava 20% acima do previsto. O Brasil estava voando. Tinham uma projeção de crescimento da arrecadação de 2,4% para o ano. A arrecadação estava vindo 20% acima do previsto. Isso representava 6% de aumento real. O Brasil já vinha crescendo ao ritmo de 3% ao ano antes de ser atingido pelo coronavírus", disse Guedes.
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